Publicado em: 24/10/2025 às 19:40hs
O mercado físico de café no Brasil apresentou um ritmo mais intenso de negociações nesta semana, impulsionado pela firmeza dos preços, especialmente para o café arábica.
De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, o volume de negócios foi considerado bom nas principais regiões produtoras.
“Houve também um leve aumento no interesse por contratos da nova safra, com entrega prevista para setembro de 2026. O produtor brasileiro reconhece o bom momento do mercado, dosando as vendas e aproveitando as oportunidades de comercialização”, explica Barabach.
Mesmo após a forte queda registrada na Bolsa de Nova York na quinta-feira (23), o preço do café natural duro no Sul de Minas manteve-se estável, cotado em torno de R$ 2.350,00 por saca, ligeiramente acima dos R$ 2.340,00 da semana anterior.
No Cerrado Mineiro, os cafés de melhor qualidade registraram alta de cerca de R$ 10,00 por saca, sendo negociados entre R$ 2.440,00 e R$ 2.450,00. Já os cafés de bebida mais fraca, como o tipo Rio com 20% de catação, na região das Matas de Minas, continuam com baixa procura, permanecendo próximos de R$ 1.680,00 por saca.
Nas regiões produtoras de conilon, a oferta segue limitada, mas os preços apresentaram recuperação entre R$ 30,00 e R$ 35,00 por saca ao longo da semana. O conilon tipo 7/8 é comercializado atualmente em torno de R$ 1.380,00 por saca, segundo levantamento da Safras & Mercado.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que o país exportou 3,750 milhões de sacas de 60 kg em setembro, volume 18,4% menor do que as 4,598 milhões de sacas embarcadas no mesmo mês de 2024.
No acumulado dos três primeiros meses da temporada 2025/26 (julho a setembro), os embarques somaram 9,676 milhões de sacas, representando um recuo de 20,6% em relação ao mesmo período da safra anterior.
Apesar da redução no volume exportado, a receita cresceu 12%, totalizando US$ 3,521 bilhões, impulsionada pelos preços mais elevados no mercado internacional.
Segundo Barabach, o mercado FOB Brasil ainda enfrenta demanda enfraquecida, consequência das tarifas comerciais e das incertezas econômicas globais.
“Essa postura mais cautelosa dos compradores tem limitado o ritmo das negociações. Além disso, a forte volatilidade na Bolsa de Nova York leva os operadores a agir com mais prudência”, analisa o consultor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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