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Preços do café oscilam entre ganhos e quedas com influência do clima e tarifas dos EUA

Mercado internacional de café reage a fatores climáticos no Vietnã e no Brasil, além de enfrentar impactos de tarifas impostas pelos Estados Unidos e estoques em baixa


Publicado em: 10/10/2025 às 11:30hs

Preços do café oscilam entre ganhos e quedas com influência do clima e tarifas dos EUA
Foto: FAEMG
Mercado do café apresenta volatilidade nas bolsas internacionais

Os preços do café voltaram a registrar ganhos moderados na manhã desta sexta-feira (10), após encerrarem a sessão anterior em queda nas bolsas internacionais. O movimento reflete a forte volatilidade do mercado, que tem sido influenciado principalmente pelas condições climáticas em importantes regiões produtoras e pelas incertezas nas exportações.

De acordo com o analista da Archer Consulting, Marcelo Moreira, o setor tem operado nas últimas semanas sob o impacto de preocupações com o clima na América Central, Vietnã e Brasil. “No Vietnã, o que parecia ser uma safra tranquila, com previsão de 30 milhões de sacas, agora gera incertezas após a passagem dos furacões Ragasa e Bualoi, que causaram danos ainda não totalmente dimensionados”, explicou.

Chuvas no Brasil aliviam estresse hídrico e trazem otimismo

No Brasil, o cenário é de expectativa por chuvas significativas entre os dias 9 e 15 de outubro, segundo novos modelos meteorológicos. Esses volumes são considerados essenciais para aliviar o estresse hídrico e garantir o pegamento das floradas, etapa crucial para a formação da safra de 2026.

A melhora nas condições climáticas, no entanto, também pressionou as cotações em Nova York na sessão de quinta-feira (9), levando a uma retração dos preços.

Estoques baixos e exportações em queda preocupam o setor

Dados da Bloomberg apontam que os estoques de café nos armazéns das bolsas internacionais estão no menor nível desde março de 2024. Além disso, as exportações globais de grãos verdes caíram 2% em agosto de 2025 em relação ao ano anterior, impactadas principalmente por uma queda acentuada de 18,5% nos embarques brasileiros, segundo relatório da Organização Internacional do Café (OIC).

O relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgado na quinta-feira (9), também mostrou redução de 18,4% nas exportações brasileiras em setembro frente ao mesmo mês de 2024. A queda é atribuída à menor disponibilidade do produto, tanto pela safra reduzida quanto pelos estoques mais baixos, além do impacto da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações de café brasileiro.

Cotações refletem clima e câmbio

Na manhã desta sexta-feira, por volta das 9h30 (horário de Brasília), o café arábica registrava leve recuperação. Os contratos com vencimento em dezembro/2025 e maio/2026 subiam 50 pontos, negociados a 377,75 e 348,50 centavos de dólar por libra-peso, respectivamente. O contrato de março/2026 avançava 35 pontos, para 360,75 centavos/lbp.

O robusta também apresentava alta, com ganhos de até US$ 15 por tonelada, conforme dados dos contratos futuros na ICE Futures Europe.

Na sessão anterior, entretanto, os preços haviam recuado. O contrato de dezembro/2025 caiu 7,85 centavos (2,0%), encerrando a 377,25 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o de março/2026 recuou 7,60 centavos (2,1%), fechando a 360,40 centavos/lbp. A desvalorização foi influenciada pela valorização do dólar frente a outras moedas e pela melhora nas condições climáticas no cinturão cafeeiro brasileiro.

Expectativa por acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos

O mercado segue atento às negociações entre Brasil e Estados Unidos para discutir a redução ou remoção da tarifa de 50% sobre o café brasileiro. Caso o impasse seja resolvido, a medida pode aliviar a pressão sobre as exportações nacionais e trazer novo fôlego às cotações.

Fonte: Portal do Agronegócio

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