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Preços do café mantêm estabilidade em novembro, apesar de forte oscilação no mercado interno

Oscilações marcam novembro, mas preços seguem estáveis em relação a outubro


Publicado em: 03/12/2025 às 11:40hs

Preços do café mantêm estabilidade em novembro, apesar de forte oscilação no mercado interno

Os preços médios dos cafés arábica e robusta registraram forte oscilação ao longo de novembro, mas encerraram o mês em patamares semelhantes aos observados em outubro, segundo análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Os pesquisadores destacam que o mercado foi influenciado tanto por fatores externos, como mudanças na política tarifária dos Estados Unidos, quanto por condições climáticas no Brasil e no Vietnã — os dois maiores produtores mundiais de café.

Influência da política comercial norte-americana sobre o mercado de café

Durante o mês, o comportamento dos preços internos foi impactado pelas expectativas em torno da exclusão do café da lista de produtos sobretaxados pelos Estados Unidos.

A partir do dia 20 de novembro, a confirmação da isenção da tarifa extra de 40% sobre o produto trouxe maior estabilidade ao mercado, reduzindo a volatilidade observada nas semanas anteriores. Essa medida foi bem recebida pelos exportadores, que veem na decisão uma oportunidade de manter a competitividade do café brasileiro no comércio internacional.

Condições climáticas no Brasil e no Vietnã reforçam volatilidade

As variações climáticas registradas ao longo de novembro também exerceram pressão sobre as cotações. No Brasil, as chuvas irregulares em importantes regiões produtoras de Minas Gerais e Espírito Santo elevaram a preocupação com o florescimento e o enchimento dos grãos.

Já no Vietnã, segundo maior produtor global, o excesso de chuvas e dificuldades logísticas afetaram o ritmo de colheita e embarque, gerando reflexos imediatos no mercado internacional e influenciando as cotações internas brasileiras.

Café arábica fecha o mês com leve alta de 0,5%

O Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, registrou média de R$ 2.245,16 por saca de 60 kg em novembro. O valor representa alta de 0,5% em relação a outubro.

Durante o mês, o indicador oscilou entre R$ 2.100 e R$ 2.300 por saca, praticamente o mesmo intervalo observado no mês anterior, o que demonstra estabilidade no mercado físico.

Robusta acompanha tendência e registra alta de 1%

O Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, teve média de R$ 1.384,46 por saca de 60 kg em novembro, uma elevação de 1% em relação à média de outubro.

Os preços oscilaram entre R$ 1.300 e R$ 1.400 por saca, repetindo os patamares do mês anterior e reforçando o cenário de equilíbrio no mercado doméstico, mesmo com a volatilidade nas bolsas internacionais.

Perspectiva para dezembro: cautela e monitoramento climático

Para o próximo mês, analistas do Cepea indicam que o mercado deve seguir cauteloso, com atenção voltada ao clima nas principais regiões produtoras e à demanda externa, especialmente diante das recentes mudanças nas tarifas dos Estados Unidos.

A expectativa é que os preços se mantenham próximos aos atuais, com possíveis ajustes pontuais conforme o avanço da safra e o comportamento do dólar frente ao real.

Fonte: Portal do Agronegócio

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