Publicado em: 08/10/2021 às 09:40hs
A procura pelo café brasileiro tem aumentado a cada ano, mas os produtores estão enfrentando grandes desafios para atender tanto o mercado nacional como o internacional. “Aqui na região da Alta Mogiana sofremos com a seca que vem se alastrando pelo segundo ano, além da geada rigorosa que sofremos em 2021. Os produtores da Alta Mogiana disponibilizam ao mercado cerca de 2 milhões de sacas por ano e a expectativa é faturar R$ 1 bilhão no final de 2021”, comenta o diretor Comercial do Café Labareda, Gabriel Lancha Alves Oliveira.
Além da seca e da geada, os produtores têm tido diversos problemas logísticos para escoar este café para outros países. “Temos clientes que estão aguardando há mais de cinco meses para receber o produto e não temos como despachar por falta de container. Isto é um absurdo! Recentemente, enviamos 300 sacas de 30 kg para um cliente no Reino Unido. Ele está pagando oito vezes a mais para receber a mercadoria, porque seu estoque acabou. Mas nem todo cliente tem disponibilidade para “bancar” estes custos altíssimos”, ressalta Gabriel.
Atualmente, a região de Alta Mogiana cultiva 100 mil hectares de café, ou seja, 2 milhões de pés, e conta com mais de 5 mil produtores. “Nos últimos anos, aumentamos muito a nossa produtividade e qualidade, porém precisamos de melhorias nos transportes destes cafés. A logística é muito mal distribuída, não há um escoamento eficaz, temos apenas o transporte rodoviário para realizar estes fretes no Brasil. O custo do produto final está muito mais caro. Tudo isto trava nosso negócio, além da falta de tecnologia específica para o café”, explica.
Para Gabriel, os processos de plantio e colheita são realizados de forma muito manual. “Outras culturas têm acesso a soluções de diferentes formas e níveis tecnológicos avançados. Estas tecnologias de precisão melhoram a rentabilidade da operação, reduzem custos operacionais, proporcionam maior viabilidade ao negócio, tornando o processo mais eficiente e com melhores resultados financeiros. Já no café estamos muito atrasados. Precisamos de mais tecnologia para agilizar todo o processo para que possamos produzir com mais eficiência, qualidade e ter melhor valor agregado”, explica.
Atualmente, o Café Labareda exporta para diversos países como Estados Unidos, Europa, Japão, Austrália, África do Sul e Dubai. “Queremos expandir nossos negócios, mas precisamos de estrutura que suporte toda esta produção para não perdermos tempo e dinheiro”, finaliza o diretor.
Fonte: LN Comunicação
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