O mercado global de café segue volátil nesta quinta-feira (19), com o preço do arábica em alta na Bolsa de Nova York (NY) e variações mistas no robusta na Bolsa de Londres. As incertezas quanto aos impactos climáticos na safra brasileira de 2025 continuam influenciando os preços.

O Relatório Mundial de Produção, Mercados e Comércio do Café, divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), projeta uma produção global de 174,9 milhões de sacas para 2024/25, um aumento de 6,9 milhões em relação ao ciclo anterior. Este crescimento é impulsionado principalmente pela recuperação das colheitas no Vietnã e na Indonésia. Apesar disso, os estoques finais devem cair 1,5 milhão de sacas, totalizando 20,9 milhões.

No Brasil, a maior região produtora mundial, a safra combinada de arábica e robusta é estimada em 66,4 milhões de sacas para 2024/25, um aumento modesto de 100 mil sacas em relação ao ciclo anterior. A produção de arábica deve atingir 45,4 milhões de sacas, enquanto o robusta deve recuar para 21 milhões, uma queda de 400 mil sacas. A seca e as altas temperaturas no período crítico de desenvolvimento dos frutos comprometeram a produtividade, frustrando as expectativas iniciais.

Cotações Atualizadas

Por volta das 9h (horário de Brasília), as negociações na Bolsa de Nova York apresentavam os seguintes resultados para o café arábica:

• Março/25: alta de 285 pontos, cotado a 335,50 cents/lbp;
• Maio/25: aumento de 265 pontos, a 330,05 cents/lbp;
• Julho/25: avanço de 230 pontos, com 323,00 cents/lbp.

Em Londres, o café robusta apresentou comportamento misto:

• Janeiro/25: alta de US$ 17, cotado a US$ 5.168 por tonelada;
• Março/25: queda de US$ 3, a US$ 5.136 por tonelada;
• Maio/25: recuo de US$ 8, negociado por US$ 5.077 por tonelada;
• Julho/25: baixa de US$ 23, cotado a US$ 4.982 por tonelada.

Produção do Vietnã em Recuperação

Ainda segundo o USDA, a produção vietnamita deve alcançar 30,1 milhões de sacas, representando um aumento de 2,6 milhões em relação ao ciclo anterior. Contudo, o volume permanece inferior à safra recorde registrada em 2021/22.

A volatilidade do mercado reflete os ajustes nos balanços de oferta e demanda, com investidores atentos às condições climáticas, às estimativas revisadas e ao comportamento das principais bolsas de negociação.