Publicado em: 24/06/2025 às 11:10hs
Os preços do café iniciaram esta terça-feira (24) em forte baixa nas bolsas internacionais, refletindo um movimento de realização de lucros após a valorização registrada na véspera. A queda ocorre principalmente devido à frustração das expectativas de geadas nas principais áreas produtoras do Brasil.
De acordo com o analista e consultor em agronegócio Lúcio Dias, o avanço dos preços na segunda-feira (23) foi motivado por previsões de frio intenso, o que elevou as preocupações com possíveis geadas nas lavouras. No entanto, a chuva e a ausência do frio esperado fizeram com que o mercado devolvesse os ganhos rapidamente. “Ontem saiu a posição dos fundos, que continuaram diminuindo suas posições e venderam mais na última semana”, pontuou Dias.
Por volta das 9h20 (horário de Brasília), os contratos futuros de café robusta operavam em queda acentuada:
O café arábica também apresentava perdas consideráveis:
Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, os fundamentos que sustentam o mercado seguem inalterados: estoques historicamente baixos tanto em países produtores quanto consumidores, clima irregular e um equilíbrio precário entre oferta e demanda global.
A previsão do Climatempo indica que, a partir da metade da semana, uma massa de ar polar provocará uma queda brusca de temperatura, especialmente no Sul do país e, em seguida, no Sudeste e Centro-Oeste. Embora o risco de geadas seja menor, áreas isoladas do Paraná, centro-sul de São Paulo e extremo sul de Minas Gerais — especialmente em regiões mais elevadas — ainda podem registrar o fenômeno, de forma fraca e pontual.
Na segunda-feira (23), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou o dia com fortes ganhos para o café arábica, impulsionados pelas expectativas de geadas nas áreas produtoras do Brasil. A lembrança das intensas geadas de 2021, que prejudicaram significativamente as safras futuras, voltou a pesar sobre o mercado.
De acordo com a Rural Clima, há chances de geadas nos próximos dias em regiões do Paraná, São Paulo e sul de Minas Gerais. O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, porém, destacou que o fenômeno deve ser de fraca intensidade e não tão severo quanto o ocorrido em 2021.
Além das preocupações climáticas, o mercado encontrou suporte em uma recuperação técnica após a queda de 8,9% registrada na semana anterior no contrato setembro.
O mercado do café segue volátil, oscilando entre movimentos técnicos e as incertezas climáticas. Embora o risco de geadas severas tenha diminuído, o clima continua sendo um fator determinante para o comportamento dos preços nas bolsas internacionais. A atenção dos investidores permanece voltada para as previsões meteorológicas nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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