Publicado em: 10/09/2025 às 11:40hs
Os preços do café mantêm forte volatilidade nesta quarta-feira (10), com operações em campo misto nas principais bolsas internacionais. Segundo o portal Bloomberg, o prêmio do café arábica sobre o robusta atingiu níveis não vistos desde 2011, refletindo a preocupação do mercado com a escassez de grãos de alta qualidade.
O relatório do Cecafé divulgado nesta terça-feira (09) apontou que o Brasil exportou 3,1 milhões de sacas de café em agosto, uma queda de 17,5% em relação ao mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, os embarques somaram 25,323 milhões de sacas, 20,9% a menos que no período equivalente do ano passado.
De acordo com o Escritório Carvalhaes, as condições climáticas permanecem imprevisíveis, com secas, chuvas irregulares e geadas acompanhadas de granizo nas principais regiões produtoras, prejudicando a perspectiva de uma safra recorde em 2026. Além disso, os estoques globais continuam em níveis historicamente baixos, tanto nos países produtores quanto nos consumidores.
Por volta das 9h10 (horário de Brasília), os contratos registravam:
Arábica:
Robusta:
O mercado de café segue pressionado por preocupações de curto prazo, estoques reduzidos e tarifas de importação, como a taxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre o arábica brasileiro. Grande parte das outras origens está em entressafra, enquanto produtores brasileiros aguardam o florescimento da safra 26/27 para retomar as negociações.
O clima seco aumenta a expectativa por chuvas, essenciais para o florescimento, e o mercado monitora também as condições em Vietnã, América Central e Colômbia, ainda na temporada 25/26.
Em agosto, o mercado registrou forte volatilidade: o contrato de dezembro/25 do arábica chegou a 391 c/lb e fechou o mês a 386,1 c/lb, com alta de 33,7%. Já o robusta de novembro encerrou o período em US$ 4.815/ton, alta de 44,5%. A arbitragem entre arábica e robusta atingiu os níveis mais altos desde o início de 2022, segundo Laleska Moda, analista da Hedgepoint Global Markets.
A safra 25/26 do Brasil veio menor que o esperado e os estoques certificados seguem em queda. Isso aumenta a pressão sobre os torrefadores norte-americanos, que buscam alternativas em outras origens com estoques limitados.
No caso do robusta, a oferta no Vietnã continua restrita, com traders recorrendo a grãos brasileiros e indonésios para cumprir contratos. O tufão Kajiki, no final de agosto, ampliou a instabilidade climática na região, embora não tenha atingido áreas produtoras. A expectativa é que a demanda por robusta cresça nos próximos meses, alimentada pela escassez de arábica e pelos baixos estoques certificados.
Segundo a Hedgepoint, a forte volatilidade também estimulou compras especulativas. Na última semana, fundos aumentaram posições compradas em arábica e migraram para compras em robusta, reforçando a valorização dos contratos. Para a temporada 26/27, o mercado deve acompanhar de perto as previsões de chuva no Brasil, já que desenvolvimentos climáticos desfavoráveis representam risco potencial para o novo ciclo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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