Publicado em: 26/05/2014 às 14:30hs
O mercado do café arábica teve mais um dia fraco na Bolsa de Nova Iorque, com leves perdas e poucos negócios. O anúncio do governo sobre venda de quase 400 mil sacas dos estoques públicos já começa a se mobilizar lideranças do setor que lutam para sustentar os preços no momento em que os cafeicultores já amargam os prejuízos da saca.
De acordo com o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, a ação pode emitir sinais errados para o mercado. “Porque o governo está vendendo café no início da nova safra 2014 e concorrer com os cafeicultores que já estão com prejuízos devido à seca?”.
Mas, se por um lado mais café no mercado pode exercer pressão negativa nos preços, Carvalhaes afirma que o mercado internacional pode entender a resolução como uma medida extrema diante da escassez de produto no mercado. “Eles podem entender como um sinal de falta de café”.
O analista explica, ainda, que o volume a ser posto a venda é bem pequeno em relação ao consumo do país. “São pouco menos de 400 mil sacas... Nós temos que lembrar que o Brasil consome por mês 1,5 milhão de sacas, no mínimo, então isso é menos 1/3 do que o Brasil consome em um mês... Mas em minha opinião não era necessário fazer isso agora”.
O analista diz ainda que a notícia foi divulgada com mais ênfase hoje (22), porém, não teve grande influência sobre os preços. Além disso, o governo não definiu qual será o café, nem o preço mínimo ou as condições de venda.
Mercado volátil
O mercado internacional do café continua bastante volátil diante das incertezas sobre o tamanho da safra brasileira. “É um braço de ferro muito grande entre comprador e vendedor... Os compradores no mercado interno têm tentado baixar as ofertas na mesma medida em que o mercado cai em Nova Iorque, mas o cafeicultor tem resistido bastante a vender a esses preços”.
Esta resistência a vender, segundo Carvalhaes, começa a ficar mais complicada para o cafeicultor, já que com o início da nova safra ele deve sofrer concorrência de produtores descapitalizados que precisam vender para cobrir gastos. “Porém, sabemos que não haverá um excesso de oferta”.
Fonte: Notícias Agrícolas
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