Publicado em: 23/10/2024 às 13:30hs
Com a chegada da primavera, que traz consigo o aumento da umidade e da temperatura, as plantas de café retomam seu metabolismo normal, preparando-se para uma nova safra. No entanto, essas condições também favorecem a atividade da broca do café (Hypothenemus hampei). O manejo adequado no início das infestações é fundamental para evitar o crescimento de populações críticas durante a colheita.
Além dos inseticidas químicos, os produtos biológicos que contêm o fungo Beauveria bassiana têm se mostrado eficazes no combate à broca do café. A Novonesis, líder mundial em biossoluções, investe em produtos à base desse fungo para o controle da praga. Após a aplicação do fungo, que é diluído em uma solução líquida e pulverizado, a broca entra em contato com o Beauveria, que coloniza o inseto e provoca sua morte, resultando no controle da infestação.
“Em cafezais onde o biodefensivo é aplicado, é comum encontrar brocas mortas pela ação do fungo. Importante ressaltar que o microrganismo não representa nenhum risco à biodiversidade”, explica Ives Murata, Gerente de Serviços Técnicos de Biocontrole da Novonesis. Ele recomenda que, nas lavouras tratadas, a aplicação de agroquímicos deve ser evitada, a menos que a infestação da broca ultrapasse 5% dos frutos bloqueados sem infecção.
O uso do fungo Beauveria bassiana tem sido cada vez mais investigado para melhorar sua eficácia. Em colaboração com a Embrapa Floresta, a Novonesis desenvolveu a cepa CG716, que é a única formulada com base em óleo vegetal emulsionado, chamada BoveMax EC. “Este produto oferece facilidade de aplicação e alta compatibilidade com a calda, além de proteger os esporos. Com uma dose de 0,5 litros por hectare (L/ha), essa solução apresenta uma eficiência de controle superior a 70%”, observa Murata.
É importante mencionar que espécies de fungos são frequentemente encontradas associadas a insetos ou em seus habitats, incluindo o solo. A broca do café pode comprometer até 20% do peso do café beneficiado. Em uma saca de 60 quilos (kg), por exemplo, até 12 kg podem ser perdidos devido à ação da praga.
A broca do café apresenta uma ação peculiar. Segundo o Consórcio Pesquisa Café, desenvolvido pela Embrapa Café, trata-se de um besouro de pequeno porte, de cor escura brilhante. A fêmea, após a fecundação, perfura o fruto do café e cria uma galeria em seu interior para a postura dos ovos. As larvas que emergem se alimentam das sementes (grãos de café). Os danos mais comuns causados pela praga incluem a queda prematura dos frutos em estágios iniciais e a redução do peso dos grãos, resultando em perda de produtividade.
Na safra de 2024, que é marcada por uma alta bienalidade, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 58,81 milhões de sacas beneficiadas das variedades arábica e conilon. Esse volume representa um aumento de 6,8% ou 3,74 milhões de sacas em comparação com a safra colhida em 2023, além de ser 15,5% ou 7,89 milhões de sacas superior às 50,92 milhões de sacas colhidas em 2022, ano que também registrou uma bienalidade positiva na maioria das regiões produtivas do Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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