Publicado em: 18/09/2014 às 14:00hs
O Brasil importou o recorde de 1.640 toneladas de café industrializado nos primeiros oito meses deste ano, uma evolução de 586% nos últimos cinco anos. Os gastos de janeiro a agosto somaram US$ 32,3 milhões.
No caminho inverso, após ter atingido 8.330 toneladas exportadas de janeiro a agosto de 2008, as vendas externas brasileiras de café torrado e moído recuaram para 1.005 toneladas neste ano. É o menor volume em dez anos.
A indústria brasileira praticamente desistiu das exportações de café industrializadas, devido à dificuldade na criação de uma marca e ao desafio de competir com grandes grupos nos principais países desenvolvidos.
Um dado interessante, no entanto, é que enquanto o café industrializado brasileiro perde espaço em grandes consumidores, como os Estados Unidos, avança em países emergentes.
Os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) deste ano indicam que os norte-americanos reduziram em 23% as compras do produto industrializado do Brasil.
Já China, Coreia do Sul, Cingapura e Tailândia aumentaram as importações do produto brasileiro. Embora esses mercados ainda sejam pequenos, eles exigem produto de qualidade e, consequentemente, de maior valor agregado, segundo Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).
Quanto às importações, a Suíça é a maior fornecedora do produto ao país. Neste ano, os suíços exportaram 706 toneladas para o Brasil, ao valor de US$ 16,5 milhões.
A novidade é que os preços médios do café importado desse país, que chegou a atingir US$ 93 por quilo de janeiro a agosto de 2011, esteve em US$ 23 neste ano, segundo dados da Secex.
O processo do preparo do café passa por profundas mudanças, com evolução para a chamada monodose. Essa nova forma exige investimentos e mudanças nas indústrias. Se o Brasil não avançar rapidamente nesse novo processo, vai ficar cada vez mais à mercê das importações.
Até da Colômbia O número de países que fornece café industrializado para o Brasil aumenta. Neste ano, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), foi a vez de os colombianos fazerem parte da lista.
Volatilidade
O sobe e desce do café neste ano tem atrapalhado a vida das indústrias. Há uma dificuldade maior nas negociações com o varejo e quando determinar o aumento de preço.
Oferta
O superavit mundial de açúcar continua influenciando os preços na Bolsa de commodities de Nova York. O primeiro contrato recuou para 13,78 centavos de dólar por libra-peso nesta sexta-feira (12), 4% menos do que no dia anterior.
Fonte: Folha de S. Paulo
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