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Hedgepoint revisa projeções da safra brasileira de café 25/26: Arábica cai e Conilon cresce

Chuvas irregulares impactam produção de Arábica no Brasil


Publicado em: 12/09/2025 às 11:50hs

Hedgepoint revisa projeções da safra brasileira de café 25/26: Arábica cai e Conilon cresce

Após o fim da colheita, a Hedgepoint Global Markets divulgou novas projeções para a safra brasileira de café 2025/2026, destacando impactos climáticos nas principais regiões produtoras de Arábica. Durante a maior parte de 2024, as chuvas ficaram abaixo da média, especialmente na fase de floração do ciclo 25/26, prejudicando a produtividade.

Em 2025, apesar das boas precipitações em janeiro e fevereiro, o veranico atingiu Minas Gerais e São Paulo, reduzindo a produção geral do Arábica. Com isso, a Hedgepoint revisou suas estimativas de 39,6 milhões para 37,7 milhões de sacas, uma queda de 13,3% em relação à safra 24/25.

Segundo Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint, “a falta de chuva em São Paulo e em regiões como Sul de Minas e Zona da Mata gerou problemas de qualidade e produtividade. Considerando esse cenário, a produção de Arábica foi ajustada para baixo”.

Conilon/Robusta registra alta histórica

Enquanto o Arábica sofreu, a produção de Conilon/Robusta teve crescimento significativo. A Hedgepoint aumentou a projeção para 27 milhões de sacas, alta de 30% em relação à safra 24/25, impulsionada por condições climáticas favoráveis no Espírito Santo e na Bahia, além do aumento dos investimentos em lavouras devido aos preços elevados do café.

As chuvas dentro da média nas áreas de Conilon e o aprimoramento na gestão das plantações contribuíram para uma produtividade acima do esperado, reforçando o crescimento dessa variedade na safra 25/26.

Desempenho regional da safra 25/26

Minas Gerais: O Cerrado Mineiro apresentou precipitação próxima ou acima da média histórica, equilibrando parcialmente a produção do estado. Sul de Minas e Zona da Mata tiveram chuvas abaixo do esperado, resultando em maior presença de grãos moca, mas aumento na proporção de peneiras 17/18.

  • São Paulo: A falta de chuva afetou qualidade e produtividade, em linha com as regiões mineiras mais críticas.
  • Espírito Santo e Bahia: Regiões de Conilon registraram precipitação adequada, o que favoreceu florescimento, produtividade e qualidade dos grãos.
Impactos na demanda interna e exportações

A redução da produção de Arábica e o aumento do Conilon devem alterar o mix de consumo interno e exportações. A diferença atual de preços entre as variedades pode estimular maior uso do Conilon na indústria nacional, enquanto a menor disponibilidade de Arábica pode reduzir suas exportações.

Laleska Moda explica: “O mercado interno deve absorver mais Conilon, e o uso do Arábica deve cair. A demanda total interna pode diminuir levemente em 1,2%, atingindo 21,7 milhões de sacas. Nos mercados externos, o diferencial de preços e a arbitragem entre Arábica e Robusta podem reduzir exportações de Arábica.”

Além disso, as tarifas entre EUA e Brasil, principal destino do Arábica brasileiro, podem contribuir para a redução das exportações dessa variedade, enquanto outros países produtores, como Vietnã, Indonésia e Uganda, devem ampliar sua participação no mercado internacional.

Perspectivas para a safra 26/27

Apesar dos desafios enfrentados na safra 25/26, a Hedgepoint sinaliza potencial positivo para o próximo ciclo. Chuvas em abril ajudaram a melhorar as condições dos cafeeiros, e o aumento dos investimentos dos produtores pode gerar resultados positivos em 2026/2027. No Espírito Santo, flores da próxima safra já começaram a surgir, especialmente nas regiões sul do estado e da Bahia, apontando para um início promissor do ciclo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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