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Guatemala: preços baixos do café deixam exportações no vermelho

O fraco desempenho das exportações nos primeiros sete meses do ano na Guatemala pode ser atribuído ao cenário econômico complicado, que afeta a demanda dos principais sócios comerciais e a queda nos preços dos produtos agrícolas


Publicado em: 18/09/2013 às 19:50hs

Guatemala: preços baixos do café deixam exportações no vermelho

De acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), as exportações e as importações guatemaltecas estão entre as de maior queda no primeiro semestre do ano, junto com as de Honduras, Nicarágua e Peru. Esse comportamento é atribuído à queda de preços dos produtos agrícolas, como banana, café e açúcar.

Segundo o Banco da Guatemala (Banguat), até julho desse ano, as vendas de café caíram em 22,6%, alcançando um valor de US$ 551,9 milhões, apesar de o volume ter aumentado em 2,5%, com um total de 2,76 milhões de sacas de 60 quilos.

O presidente da Associação Nacional de Café (Anacafé), Nils Leporowski, em declarações durante a reunião da Organização Internacional de Café (OIC), em Belo Horizonte, disse que a queda do preço do grão nessa temporada foi de 50% com relação à colheita anterior.

O empresário atribuiu à baixa no preço e aos efeitos da ferrugem a perda de 72 mil postos de trabalho no setor. Para a colheita de 2013-14, que se inicia no próximo mês, a produção poderia cair de 2,68 milhões de sacas para 2,37 milhões de sacas, sem uma intervenção adequada para controlar a praga, disse Leporowski.

Os cafeicultores ressaltaram que o preço do grão até agora nesse ano manteve um custo médio de US$ 120 por saca; porém, também foram registradas baixas até US$ 133 por saca de café ouro.

Os países da América Central e Estados Unidos, que representam 63% das exportações de café da Guatemala, segundo dados da Banguat, mostram uma queda no valor de divisas geradas pelas vendas dos produtos guatemaltecos. O mesmo comportamento ocorreu no México e na zona do Euro, com quedas de 14,4 e 4,5%, respectivamente.

Ao contrário, países como China e Japão encorajam as exportações de café e açúcar e, até julho, mantém um comportamento favorável comparado com o mesmo período do ano anterior.

O vice-presidente da Câmara de Cooperação e Comércio China Guatemala (4CG), Pedro Barnoya, disse que, para enfrentar a queda nos mercados da Europa e dos Estados Unidos, a aposta é aproveitar o crescimento e o poder aquisitivo da classe média do país asiático.

Na China, há interesse em produtos de alta gama. Por isso, do escritório comercial da 4CG se promove o café de qualidade e outros, dentro de um clube de compradores que se reúne em Xangai, explicou Barnoya.

Fonte: CafePoint

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