Publicado em: 03/12/2013 às 18:10hs
Depois de anunciar a renegociação das dívidas dos produtores de café arábica na sexta-feira passada, o governo ainda deve esperar a reação do mercado para ver se será necessário lançar mais medidas de ajuda ao setor, de acordo com Janio Zeferino da Silva, diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura.
Conforme Silva, no próximo dia 5 será realizada a última reunião do ano do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que reúne representantes de toda a cadeia produtiva. Somente depois desta reunião, se não houver reação do mercado, o governo poderá fazer alguma coisa. Mas, segundo o diretor, já houve reação dos preços do café nesta semana, tanto no mercado interno quanto no internacional.
“Vamos intervir sempre que for preciso. Não vamos deixar a cafeicultura na mão”, afirma.
Silva observa que os preços do café industrializado para o consumidor não mudaram nos últimos anos, enquanto os da matéria-prima recuaram prejudicando os produtores, o que deve levar a um outro ciclo de alta das cotações porque a produção pode ser reduzida diante da falta de renda, enquanto o consumo não diminui.
Silva diz que este ano o setor teve o maior orçamento da história — R$ 5,8 bilhões. E recomendou aos cafeicultores que querem renegociar as dívidas manifestem o interesse imediatamente.
A dívida do setor cafeeiro é estimada em torno de R$ 6 bilhões. E cerca de R$ 800 milhões referentes a financiamentos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) são passíveis de ser renegociados, conforme Silva.
Sobre um dos pedidos do setor produtivo de compra pelo governo das 3 milhões de sacas colocadas em leilão de contratos de opção de venda, Silva disse que este não é “o melhor caminho”. “É melhor ser vendido no mercado”, afirmou, reiterando que outros países podem vender o produto e tirar mercado do Brasil.
Silva também disse que o ministério planeja uma ação mais forte de promoção da marca “Cafés do Brasil” no mercado externo.
Uma das ideias é que multinacionais conhecidas e com forte presença no mercado de café façam produtos brasileiros para distribuir em outros mercados.
Sem detalhar o plano, Silva disse também que se estuda uma outra forma de financiamento para essas ações. Atualmente, os recursos vêm do Funcafé.
Fonte: Rede Social do Café
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