Publicado em: 18/10/2013 às 07:00hs
Realizou-se no mês de Outubro, em San José, na Costa Rica, o Fórum Regional sobre a ferrugem do café na América Central. O projeto é uma aliança que trabalha na validação e fortalecimento da implementação de programas regionais e nacionais de combate a ferrugem, gestão do conhecimento e capacitação para tomada de decisão das organizações produtoras de café.
O fungo roya (Hemileia vastatrix Berk et Br.) é um problema preocupante pois afetou 49% da área cultivada de café na América Central e forçou a poda de 28% das plantações de café na região. O café é um dos principais produtos agrícolas daquela região e mais de 505 mil pessoas já viram o seu trabalho afetado por esta praga.
O projeto se desenvolve a partir da colaboração das instituições CATIE ( Centro Agronômico Tropical de Investigação e Ensino – Costa Rica) , CIRAD ( Centro de Cooperação Internacional de Investigação Agronômica para o Desenvolvimento - França), PROMECAFE ( Programa Cooperativo Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Modernização da Cafeicultura - Guatemala) , Embaixada da Noruega na Costa Rica, institutos de café e ministérios da agricultura dos países produtores.
Organizado por Elias de Melo Virginio Filho, da Divisão de Investigação e Desenvolvimento da CATIE e pelo pesquisador Jacques Avelino da CIRAD, o evento contou com apresentação de pesquisadores da Guatemala, Costa Rica, Brasil, Portugal e França, dando enfoque a temas de destaque como mudanças climáticas, melhoramento, controle químico e manejo, entre outros.
Os objetivos específicos do projeto compreenderam 5 pontos importantes:
Validação regional do programa: Análises sistêmica de vantagens e desvantagens das intervenções imediatas para a redução do impacto econômico, social e ecológico da atual epidemia de ferrugem;
Gestão do conhecimento: Facilitar a cooperação, intercâmbio, síntese e distribuição de informações a fim de desenvolver uma resposta global;
Planos de formação: Propor ações para fortalecimento para a capacitação de produtores, materiais de apoio como escolas de agricultura, alerta via rádio, levando informações as famílias rurais;
Planos de investigação : fornecer diretrizes para a implementação de ações de investigação prioritária;
Planos financeiros: identificação dos recursos necessários e possíveis parceiros de cooperação internacional, que possam complementar os investimentos dos países afetados.
Marcos Roberto Dutra, Engenheiro Agrônomo da Syngenta, foi o único representante brasileiro no fórum e ministrou a palestra “Estratégias de controle químico da ferrugem: como atuam os produtos, eficiência, custos, cuidados com a saúde e meio ambiente – Experiências no Brasil e América Latina.” Segundo Dutra, o projeto foi executado nesta safra e já apresentou bons resultados. “Todos os cafezais visitados que estão implementando estratégias de manejo adequado estão obtendo ótimos resultados de controle da ferrugem”, afirmou.
A discussão central do fórum destacou que a ferrugem só será controlada, se adotado um plano de controle integrado e diversas técnicas de manejo incluindo estratégias de curto, médio e longo prazo. As metas traçadas a curto prazo englobam o estabelecimento de controle químico adequado, garantindo a produtividade desta safra e a rentabilidade do produtor. Renovação das lavouras velhas e com baixo potencial produtivo foram as estratégias traçadas a médio prazo e por fim, os planos para longo prazo foram estudos de novas culturas tolerantes e/ou resistentes a ferrugem com enfoque no potencial produtivo.
Tudo isso só é possível se adotado um enfoque sistêmico que reconheça a complexidade do problema e as multiplas intervenções paralelas que serão necessárias para contribuir para a solução adequada para o ataque da doença.
A Rede Social do Café está disponibilizando as apresentações do Fórum Regional sobre a ferrugem do café na América Central em formato digital.Acesse : http://bit.ly/16QEHp9
Fonte: Rede Social do Café
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