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Exportações de Café do Paraná Registram Melhor Desempenho no 1º Semestre dos Últimos 12 Anos

Receita de US$ 195,7 milhões marca crescimento de 26,7% em relação ao ano anterior


Publicado em: 14/08/2024 às 10:40hs

Exportações de Café do Paraná Registram Melhor Desempenho no 1º Semestre dos Últimos 12 Anos
Foto: José Fernando Ogura

No primeiro semestre de 2024, as exportações de café do Paraná alcançaram a cifra de US$ 195,7 milhões, refletindo um aumento de 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas externas somaram US$ 154,5 milhões. Este desempenho representa o melhor resultado dos últimos doze anos para o café paranaense no mercado internacional, conforme análise do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), baseada em dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

O destaque do semestre foi o café solúvel, que gerou US$ 149,7 milhões em receitas, correspondendo a 76,5% do total exportado. Este resultado marca o quarto ano consecutivo de crescimento nas receitas dessa modalidade, com valores subindo de US$ 125 milhões em 2021 para US$ 144 milhões em 2023 e, finalmente, alcançando o atual patamar.

A produção de café solúvel, que envolve um complexo processo de transformação dos grãos verdes em produtos acabados através de torra, moagem, extração e embalagem, contribui para a elevação do valor agregado do produto. Esse processo permite a exportação para mercados mais distantes, diversificando os destinos internacionais. Enquanto o café em grão produzido no Paraná é exportado para 30 países, o café solúvel alcança 73 destinos globais.

Entre os principais mercados de café em grão paranaense, a Alemanha lidera com US$ 13,3 milhões em compras entre janeiro e junho de 2024, seguida pelos Países Baixos (US$ 9 milhões) e Estados Unidos (US$ 4,8 milhões). No setor de café solúvel, os EUA são os maiores compradores, com US$ 30,3 milhões, seguidos pela Polônia (US$ 13,9 milhões) e Rússia (US$ 11,3 milhões).

Natalino Avance de Souza, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, ressaltou a importância histórica do Paraná no mercado de café e a valorização contínua do produto como estímulo para manter a produção. “Apesar da redução da produção desde a década de 60, nosso café possui um valor agregado elevado e é destacado no mercado nacional e internacional, especialmente pela atuação das mulheres na cultura”, afirmou.

Valor Agregado

O impacto da industrialização no valor do café é evidente quando comparamos os preços de exportação. O Paraná exportou 12.479 toneladas de café em grão por US$ 46 milhões, resultando em uma receita de US$ 3.689 por tonelada. Em contraste, 16.349 toneladas de café solúvel foram vendidas por US$ 149,7 milhões, com um preço médio de US$ 9.153 por tonelada, um aumento de 150% em relação ao café in natura.

A industrialização do café também inclui a compra de grãos verdes de outros estados e países para a produção de café solúvel no Paraná.

Apoio Estadual

O Governo do Estado, por meio da Câmara Setorial do Café do Paraná, promove o Concurso Café Qualidade Paraná, que chega à sua 22ª edição em 2024, visando a melhoria contínua do produto. Além disso, apoia iniciativas de turismo rural e presta assistência técnica através do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), incluindo o projeto “Mulheres do Café”, que foca na agregação de valor e venda direta ao público para aumentar a renda das produtoras.

Produção

A estimativa mais recente do Departamento de Economia Rural (Deral) aponta para uma produção de 675 mil sacas de café (40,5 mil toneladas) em 25,3 mil hectares até o final de 2024. A safra deste ano é caracterizada por florações uniformes e preços elevados, o que ajuda a compensar a redução de produtividade causada pelo clima seco. A região do Norte Pioneiro, que inclui o município de Carlópolis, representa 22% da produção estadual e é conhecida pela sua qualidade, evidenciada pelo selo de Indicação Geográfica.

Fonte: Portal do Agronegócio

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