Publicado em: 10/12/2025 às 19:20hs
As exportações brasileiras de café totalizaram 36,868 milhões de sacas de 60 kg entre janeiro e novembro de 2025, segundo o relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O volume representa uma queda de 21% em relação ao mesmo período de 2024, quando o país havia exportado 46,658 milhões de sacas.
Apesar da retração, a receita cambial cresceu 25,3%, saltando de US$ 11,377 bilhões para US$ 14,253 bilhões, impulsionada pela valorização dos preços internacionais do grão, que registraram média 50% superior à de 2024.
De acordo com Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, a redução nos embarques era esperada após o recorde histórico do ano anterior e a menor disponibilidade do produto em 2025. “A alta de preços compensou parte da queda no volume exportado, mas fatores como o tarifaço dos EUA e os gargalos logísticos portuários impactaram diretamente o desempenho do setor”, afirmou.
Entre agosto e novembro de 2025, período de vigência da tarifa de 50% sobre as importações de café brasileiro pelos Estados Unidos, as exportações para o mercado norte-americano despencaram 54,9%, caindo de 2,917 milhões de sacas para 1,315 milhão.
Ferreira destacou que, com a retirada das tarifas sobre os cafés arábica, conilon, robusta, torrado e moído, as negociações voltaram a crescer e devem refletir resultados mais positivos a partir de dezembro. No entanto, o café solúvel, que representa cerca de 10% das exportações para os EUA, segue sujeito à taxação de 50%.
“Continuaremos trabalhando para que o café solúvel também seja isento, já que ele ainda é penalizado”, reforçou o presidente do Cecafé.
Além da política comercial dos EUA, os exportadores enfrentaram sérios entraves na infraestrutura portuária brasileira. De acordo com o Cecafé, só em outubro de 2025, os associados acumularam prejuízo de R$ 8,7 milhões devido à impossibilidade de embarque de 2.065 contêineres — cerca de 681 mil sacas de café.
O levantamento mostra que 52% dos navios (204 de um total de 393) sofreram atrasos ou mudanças de escala nos principais portos do país. No Porto de Santos, responsável por 79% dos embarques nacionais, o índice de atrasos chegou a 73%, com tempo de espera de até 61 dias.
Mesmo com a queda provocada pelas tarifas, os Estados Unidos permaneceram como principal destino do café brasileiro, importando 5,042 milhões de sacas entre janeiro e novembro de 2025, redução de 32,2% em relação ao mesmo período de 2024.
Na sequência, aparecem:
O café arábica manteve sua liderança, representando 80,4% das exportações com 29,63 milhões de sacas enviadas. O canéfora (conilon + robusta) respondeu por 10,2%, com 3,773 milhões de sacas, seguido pelo café solúvel (9,3%) e pelo torrado e moído (0,1%).
Os cafés diferenciados, com certificações de qualidade ou sustentabilidade, representaram 19,6% do total exportado, somando 7,221 milhões de sacas — uma queda de 11% no volume, mas com receita 42,9% maior, totalizando US$ 3,122 bilhões.
Os principais destinos desses cafés premium foram:
Mesmo enfrentando atrasos e custos adicionais, o Porto de Santos (SP) segue como o principal ponto de escoamento do café brasileiro, com 29,056 milhões de sacas exportadas, o equivalente a 78,8% do total nacional em 2025.
Na sequência estão:
Fonte: Portal do Agronegócio
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