Publicado em: 10/12/2024 às 10:10hs
As exportações de café do Brasil atingiram um marco inédito em 2024, com o envio de 46,4 milhões de sacas de 60 kg ao mercado internacional. O recorde, alcançado antes mesmo do fechamento do ano, representa um crescimento de 32,2% em relação ao volume embarcado entre janeiro e novembro de 2023, que foi de 35,1 milhões de sacas. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a receita cambial também foi recorde, somando US$ 11,3 bilhões nos primeiros 11 meses do ano, um avanço de 56% no comparativo anual.
Apesar dos resultados positivos, os exportadores enfrentaram sérios desafios logísticos. Falta de infraestrutura portuária, atrasos no embarque, e custos adicionais têm impactado significativamente o setor. Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, destaca o profissionalismo e criatividade dos exportadores como fatores cruciais para honrar compromissos internacionais. "Este desempenho recorde é fruto de esforços extraordinários para superar entraves logísticos, que incluem custos milionários com armazenagem, detentions e outras soluções alternativas", afirmou.
Até outubro, 1,717 milhão de sacas – o equivalente a 5.203 contêineres – deixaram de ser embarcadas, o que gerou uma perda estimada de US$ 489,72 milhões (R$ 2,75 bilhões). Além disso, o custo adicional acumulado pelos exportadores devido aos problemas portuários alcançou R$ 30,4 milhões em 2024.
Os Estados Unidos continuam liderando como principal destino do café brasileiro, com a importação de 7,4 milhões de sacas entre janeiro e novembro de 2024, um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Alemanha, segunda colocada, adquiriu 7,2 milhões de sacas (+63,4%). Bélgica, Itália e Japão completam o ranking dos cinco maiores importadores.
Os blocos econômicos também apresentaram forte demanda, com destaque para a União Europeia, que absorveu 47,7% das exportações brasileiras, equivalente a 22,1 milhões de sacas, uma alta de 48,4%.
O café arábica segue como o principal tipo exportado pelo Brasil, representando 73,2% do total, com 33,97 milhões de sacas enviadas ao exterior. O café canéfora (robusta e conilon) registrou o maior crescimento percentual, com um aumento de 107,4% no volume exportado, alcançando 8,69 milhões de sacas.
Os cafés diferenciados, reconhecidos pela qualidade superior ou certificações de sustentabilidade, também ganharam destaque, representando 17,5% do total exportado. Esse segmento somou 8,1 milhões de sacas, com receita de US$ 2,185 bilhões, um aumento de 57% em relação ao mesmo período de 2023.
O Porto de Santos manteve sua liderança como principal ponto de embarque do café brasileiro, respondendo por 67,6% das exportações totais. O complexo portuário do Rio de Janeiro ocupou o segundo lugar, com 28,2%, seguido pelo Porto de Vitória, no Espírito Santo.
Para mais informações e acesso ao relatório completo das exportações, acesse o site oficial do Cecafé.
Fonte: Portal do Agronegócio
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