Café

Exportações de café caem em abril e mercado se ajusta com baixa oferta e demanda resiliente

Desempenho das exportações recua com estoques baixos e entressafra


Publicado em: 19/05/2025 às 11:30hs

Exportações de café caem em abril e mercado se ajusta com baixa oferta e demanda resiliente

O Brasil exportou 3,1 milhões de sacas de 60 kg de café em abril de 2025, volume 28% menor do que o registrado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, as exportações totalizaram 13,8 milhões de sacas, uma redução de 16% na comparação com o mesmo período de 2024. Segundo o Rabobank, essa retração era esperada e reflete o período de entressafra e os estoques historicamente baixos, resultado de safras anteriores frustradas e embarques recordes no último ano. A estimativa para a safra 2024/25 (julho a junho) está entre 45 e 46 milhões de sacas.

Relação de troca segue favorável para os produtores

Em maio, a relação de troca entre café e fertilizantes melhorou significativamente. Foram necessárias apenas 1,05 sacas de café para adquirir uma tonelada do fertilizante do tipo 20-05-20, número 8% inferior ao de abril e 47% menor em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o produtor precisava de duas sacas para a mesma quantidade de insumo. A valorização do potássio foi compensada pela queda nos preços da ureia. A equipe de insumos agrícolas do Rabobank alerta, porém, que a oferta mais restrita de potássio pode pressionar os preços no futuro.

Preços do arábica sobem, enquanto conilon recua

O café arábica apresentou alta de 4% em maio, revertendo a queda registrada no mês anterior. Em contrapartida, o conilon teve recuo de 2% no mesmo período. Essa diferença é explicada pela previsão de uma safra recorde de conilon e por uma colheita mais fraca do arábica. Para o ciclo 2025/26, o Rabobank estima produção total de 62,8 milhões de sacas — queda de 6,4% em relação à safra anterior. A produção de arábica deve recuar 13,6%, chegando a 38,1 milhões de sacas, enquanto o conilon deve atingir um novo recorde, com 24,7 milhões de sacas (alta de 7,3%).

Mudança de preços incentiva uso de conilon pelas torrefadoras

Em setembro de 2024, o conilon chegou a ser vendido por um valor superior ao do arábica, com uma diferença de aproximadamente R$ 25 por saca. Atualmente, o cenário se inverteu, e o arábica está cerca de R$ 900 por saca mais caro do que o conilon. Essa mudança estimula a indústria e as torrefadoras a aumentarem a presença do conilon nos blends voltados ao consumo interno. Apesar do aumento expressivo nos preços no varejo, o consumo de café nos supermercados cresceu entre 3% e 4% no primeiro trimestre de 2025, segundo fontes do setor.

Condições climáticas favorecem o arábica e colheita avança

As chuvas de abril contribuíram para o bom desenvolvimento dos grãos de arábica. A colheita do conilon, iniciada em abril, está ganhando ritmo, e o arábica já começou a ser colhido, com expectativa de avanço nas próximas semanas. A nova safra 2025/26 começa com oferta limitada, estoques reduzidos e uma demanda que continua aquecida no mercado brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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