Publicado em: 06/06/2014 às 19:00hs
Durante dinâmica de campo realizada na lavoura da Fazenda os visitantes podem aprender mais sobre o monitoramento da broca-do-café, segunda praga que mais traz prejuízo aos produtores de café arábica. Segundo o pesquisador da EPAMIG Júlio César de Souza o monitoramento é uma ferramenta que ajuda o cafeicultor a identificar as áreas infestadas pelo besouro para o uso racional de inseticida. "As pesquisas mostram que o controle químico não é necessário em toda a lavoura porque o ataque é desuniforme. Em geral, 35% requer aplicação de inseticida", explica o pesquisador.
De acordo com o cafeicultor Marcos de Abreu Araújo, que faz controle químico desta praga em sua propriedade no município de Guapé, no Sul de Minas, o índice de perda devido ao ataque de broca foi maior nesta safra. "Após a proibição do inseticida Endosulfan apliquei um produto similar para matar a fêmea adulta, mas não obtive sucesso", conta. O cafeicultor disse que aguarda a autorização do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento para o uso emergencial de novo produto que tenha a mesma eficácia do Endosulfan e menor nível de toxidade.
O pesquisador da EPAMIG César Botelho apresentou características de cultivar de café recomendada para a cafeicultura familiar e região montanhosa, a Paraíso MG1. A planta, imune à ferrugem e nematoide, tem boa produtividade e qualidade da bebida. Lançada em 2003 a Paraíso já foi testada nas principais regiões cafeeiras do estado. "É uma planta com porte e diâmetro de copa menores que a Catuaí - cultivar referência na cafeicultura mineira, além de boa uniformidade de maturação dos frutos", completa César.
Para o cafeicultor familiar Salvador Reis a Paraíso é uma alternativa para a redução da ferrugem em sua lavoura. "Tenho uma área com 25 mil pés de cafés de variedades Catuaí e Mundo Novo, mas enfrento sérios problemas com ferrugem e bicho-mineiro. Pretendo renovar minha lavoura com outras variedades mais resistentes a doenças e, portanto, reduzir o uso de defensivos", afirma.
A dinâmica também apresenta o funcionamento de máquinas e equipamentos para a lavoura cafeeira como derriçadeiras, colheitadeiras, esqueleitadeiras, pulverizadores, entre outros. A dinâmica se encerra nesta sexta-feira, 6 de junho, às 13h, na Fazenda Experimental da EPAMIG em Três Pontas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local
Ciência Móvel
Outra atração da Expocafé 2014 é o ônibus itinerante Ciência Móvel da EPAMIG que traz informações sobre controle do nematoide. O verme ataca as raízes do cafeeiro e pode reduzir a produção ou até mesmo matar a planta. No ônibus o cafeicultor pode conferir os sintomas, formas de detecção e prevenção.
A pesquisadora da EPAMIG Sônia Salgado explica como o cafeicultor pode controlar a infestação de duas espécies de nematoide: meloydogyne exígua, mais recorrentes na plantações e paranaensis, já encontrado na região Sul de Minas. A EPAMIG tem estudado materiais genéticos para obtenção de novas cultivares de café resistentes a esse parasita. "Estamos em busca de plantas adaptadas ao clima e solo de Minas Gerais", explica.
Fonte: EPAMIG
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