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El Niño reduz risco de geadas em áreas produtoras de café, diz Somar

O aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que configura a ocorrência do fenômeno El Niño, deve implicar menor risco de geadas no inverno nas áreas produtoras de café do Brasil


Publicado em: 09/05/2014 às 15:30hs

El Niño reduz risco de geadas em áreas produtoras de café, diz Somar

A avaliação é do sócio diretor da Somar Meteorologia, Paulo Etchichury, que participa nesta quarta-feira, 07, do 20º Seminário Internacional de Café, no Guarujá, litoral paulista. 'Depois de um longo período, cerca de 16 meses, em que o Oceano Pacífico ficou com água neutra a fria, observamos agora um processo de aquecimento. Pelos modelos dos centros internacionais de meteorologia esse aquecimento se sustenta, configurando o fenômeno El Niño no segundo semestre', disse Etchichury.

Ele acrescentou que, no decorrer do outono, só o aquecimento na parte leste do Pacífico, antes mesmo de configurar tecnicamente o El Niño, é suficiente para influenciar o comportamento do clima no inverno do Hemisfério Sul. 'Isso significa que as frentes frias tendem a se manter no Sul do País, potencializando as chuvas naquela região do País. Para o café, o efeito é a redução do risco de geadas. Isso porque as massas de ar polar vão ficar bloqueadas no Sul, não chegando com intensidade no Sudeste, onde se concentra a produção de café.

Outro efeito, de acordo com o meteorologista, é que o período seco não deve ser tão longo. 'Teremos riscos de episódios de chuvas no trimestre seco, entre junho e agosto. Na transição, entre setembro e novembro as chuvas não devem retardar tanto. Não quer dizer que vamos ter regularidade (de chuvas) desejada', explicou. Etchichury ressaltou que as lavouras de café este ano não devem se ressentir de seca alongada, com estresse hídrico. Segundo ele, o risco de primavera seca ocorre em períodos de La Niña. O risco de geadas no inverno ocorre em períodos neutros, sem La Niña ou El Niño.

Fonte: Agencia Estado

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