Publicado em: 19/09/2022 às 12:00hs
Com a colheita de café próxima do fim, a Cooxupé, maior cooperativa de arábica do mundo, revisou para baixo sua projeção de recebimento do grão neste ano. Agora, a central prevê que seus cooperados entregarão 4 milhões de sacas de café na temporada, volume 15% menor do que a estimativa do início do ano, disse Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, ao Valor.
“Mas isso não vai comprometer entregas [previstas nos contratos já fechados]”, afirma o dirigente. Apesar da quebra na safra, a Cooxupé trabalha para manter sua meta inicial de vendas para 2022, de 6,8 milhões de sacas. A central compra café também de produtores não-cooperados e tem estoques remanescentes de 2021.
“Não sei se vamos conseguir, mas estamos trabalhando para alcançar a meta”, disse. Melo estima que a cooperativa vai adquirir 1,3 milhão de sacas de café de cafeicultores não-cooperados. Ele não informou qual o volume dos estoques que restaram da safra passada.
A diminuição da colheita neste ano é consequência da quebra de safra causada pela geada que ocorreu em 2021, que afetou os cafezais do Centro-Sul do país, e das estiagens prolongadas. A colheita na área de atuação da Cooxupé alcançou 98% da produção potencial até o dia 9 de setembro, mas boa parte ainda será enviada à central.
As vendas têm avançado, apesar da quebra, mas o efeito do clima adverso poderá ter reflexos sobre a comercialização dos seis primeiros meses de 2023, continua o dirigente. “O primeiro semestre de ano que vem estará comprometido por causa da safra baixa que estamos colhendo neste ano”, diz, em referência à meta de vendas da central, e não ao cumprimento de contratos já fechados. “Nós vendemos o que temos de café”.
Apesar dos problemas logísticos, como falta de contêineres e de lugares em navios, que os exportadores enfrentaram, os embarques ocorreram em bom ritmo no primeiro semestre. “No fim do ano passado, tivemos problemas seríssimos para embarcar, mas a situação melhorou no primeiro semestre deste ano, até julho", afirma.
Melo diz, ainda, que há risco de a próxima safra (2023) sofrer com a atual falta de chuvas, na época de florada das árvores. “Elas ainda não estão bem recuperadas para a próxima safra como esperávamos no início do ano”, disse. Ele acredita que a próxima colheita poderá ser melhor do que a de 2022, mas não uma “safra grande”.
Fonte: Rede Social do Café
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