Publicado em: 29/09/2025 às 10:20hs
O Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, promovido pelo Governo de Minas por meio da Emater-MG, alcançou número recorde de participantes em 2025. Foram 1.847 inscrições, um crescimento de 31% em relação a 2024, quando houve 1.406 inscritos.
O avanço acompanha a expansão de concursos municipais e regionais, além do interesse crescente de cafeicultores. O principal atrativo é a valorização dos lotes premiados, que podem ser negociados por até três vezes mais que a cotação do mercado, trazendo impactos diretos na renda das famílias produtoras.
Os cafés vencedores têm alcançado preços expressivos. Em 2024, o lote do Grande Campeão Estadual foi adquirido por R$ 6 mil a saca, além de um prêmio adicional de R$ 10 mil ao produtor. Já o primeiro lugar teve seu café negociado a R$ 5 mil/saca, enquanto o segundo colocado recebeu R$ 4 mil/saca.
De acordo com Bernardino Cangussu, coordenador estadual de Cafeicultura da Emater-MG, a valorização pode chegar a três vezes o preço de mercado, dependendo da safra.
Na 22ª edição, a competição se consolidou como a maior e mais tradicional dedicada aos cafés especiais do estado. Para Willem Araújo, coordenador estadual de Culturas da Emater-MG, os concursos foram fundamentais para elevar a qualidade do café mineiro.
“Há alguns anos, nas Matas de Minas, quase não havia cafés de qualidade. Hoje, a região é uma das maiores produtoras de cafés finos do país”, afirma.
Entre os destaques está a família Lacerda, de Espera Feliz (Matas de Minas). O patriarca Onofre Lacerda foi o Grande Campeão de 2024, e a família acumula seis prêmios estaduais e conquistas nacionais.
O produtor José Alexandre Lacerda conta que a virada veio com os concursos: “Passamos do café convencional para o gourmet. Nossa vida mudou, e hoje exportamos para Portugal, Espanha, Inglaterra e Japão”. Os valores recebidos variam de 60% a 100% acima da cotação comum, segundo ele.
A cafeicultora Silmara Emerick, de Alto Jequitibá (Zona da Mata), também acumula prêmios e decidiu usar a visibilidade dos concursos para comercializar de forma direta. Com sua própria marca, ela vende cafés especiais via Instagram e WhatsApp, além de expor anualmente na Semana Internacional do Café (SIC).
“Os concursos trazem visibilidade e credibilidade. É difícil no início, mas não se pode desistir. O consumidor valoriza o café de qualidade”, afirma.
Outro canal de venda para os produtores premiados é a plataforma É do Campo (www.edocampo.com.br), criada pela Emater-MG para comercializar produtos da agricultura familiar, com destaque para cafés especiais.
Para Thiago Oliveira, coordenador regional da Emater-MG em Manhuaçu, os concursos gratuitos funcionam como a vitrine mais acessível para os produtores. “Eles atraem compradores e cafeterias, facilitando a conexão com mercados especializados. Além disso, proporcionam networking essencial para o cafeicultor”, destaca.
Fonte: Portal do Agronegócio
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