Café

Com cooperativismo o café pode crescer na Bahia

João Lopes, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), conhece a história toda do café na Bahia


Publicado em: 29/10/2020 às 19:40hs

Com cooperativismo o café pode crescer na Bahia

E conta algo que talvez muitos desconheçam: "antes do café chegar em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Minas Gerais ele foi baiano". Ao descer do Pará a Bahia foi o primeiro polo cafeeiro do Brasil. João Lopes planta em Brejões e comenta que nos anos 60 cometemos um erro terrível fazendo a erradicação do café com o objetivo de manter preços altos, e o que conseguimos com isso foi na verdade estimular novos competidores. Aquele período, afirma o presidente da Assocafé, foi tenebroso para a cafeicultura e a Bahia. Em função das dificuldades de apoio e assistência técnica nasceu a entidade que representa os cafeicultores da Bahia pelos anos 90 e hoje o estado é o quarto maior produtor de café depois de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, pela ordem os três maiores.

Como crescer a cafeicultura na Bahia? No oeste a competição com as áreas extensas, mecanização e grãos e algodão é difícil, afirma João.

Hoje está no semiárido e a estratégia de cafés especiais que temos em vitória da con quista por exemplo faz parte da visão da Assocafé de procurar diferenciação e preços acima do padrão preço de commodity.

No sul da Bahia, o desenvolvimento do café tem reinício e a presença de cooperativa capixaba significa o modelo a ser desenvolvido no resto do estado. A Cooabriel do Espírito Santo marca presença na região e vem oferecer o modelo ideal a ser perseguido na Bahia.

O jornal A TARDE foi elogiado pelo presidente da Assocafé, que ressaltou o papel importante da informação anos atrás na retomada das iniciativas da entidade e parabeniza pelo foco novo agora no agronegócio da mesma forma.

Nos próximos 10 anos a Bahia deverá crescer na cafeicultura, e os problemas climáticos que tem prejudicado a atividade não deverão se repetir.

O Brasil chegou a ser 76% do café mundial. Hoje somos cerca de 30%. Se nos próximos 10 anos o consumo mundial de café atingir 210 milhões de sacas perante 169 milhões hoje, a Bahia poderá participar ativamente desse mercado com o café.

"Mas precisamos de cooperativismo", afirma João Lopes. Um líder que conhece muito e reconhece que somente iremos crescer juntos e organizados.

Onde Bahia já foi pioneira no café, a ordem agora é voltar a crescer.

Fonte: A Tarde

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