Publicado em: 10/12/2025 às 11:30hs
Os bons volumes de chuva registrados nas últimas semanas em diversas regiões produtoras de café arábica e robusta estão trazendo otimismo ao setor cafeeiro brasileiro, segundo análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
As precipitações beneficiam o potencial produtivo da safra 2026/27, especialmente após um período de estiagem que havia preocupado produtores.
No caso do arábica, as condições climáticas estão melhores do que nas safras anteriores, favorecendo a recuperação das lavouras. Já para o robusta, embora o início da temporada tenha sido afetado por um clima mais seco, as chuvas no norte do Espírito Santo — principal polo de produção da variedade — têm ocorrido com intensidade e contribuído para boas expectativas de rendimento.
Segundo a Climatempo, novas precipitações devem ocorrer no cinturão cafeeiro nos próximos dias, o que tende a consolidar o cenário positivo.
De acordo com dados recentes da Conab, a safra 2025/26 alcançou 56,5 milhões de sacas, alta de 4,3% em relação a 2024 e de 2,5% frente a 2023. Apesar do crescimento, o volume ainda é insuficiente para recompor os estoques globais, que permanecem em níveis historicamente baixos.
As primeiras projeções para a temporada 2026/27 devem ser divulgadas em janeiro de 2026 e indicam que a próxima colheita deve se beneficiar da bienalidade positiva e das condições climáticas mais favoráveis.
Mesmo com o avanço do clima no Brasil, o mercado internacional de café segue altamente volátil, com bolsas operando em direções opostas nesta quarta-feira (10).
De acordo com o Escritório Carvalhaes, o setor continua influenciado pelas incertezas climáticas, pelos estoques reduzidos e pela expectativa de aumento das exportações do Vietnã, que já concluiu mais de 10% da colheita de robusta.
Por volta das 9h50 (horário de Brasília), os contratos futuros apresentavam os seguintes resultados:
Após registrar as menores cotações em duas semanas, a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou o pregão de terça-feira (9) com alta nos preços do arábica, impulsionada por uma recuperação técnica e pela cobertura de posições vendidas.
Os contratos com vencimento em março/2026 fecharam a 368,75 cents/lbp, alta de 0,7%, enquanto o vencimento de maio/2026 subiu para 351,40 cents/lbp, também com ganho de 0,7%.
A valorização acompanhou o movimento positivo do robusta em Londres, refletindo um ajuste técnico após dias de pressão no mercado.
Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostram que o país exportou 3,582 milhões de sacas de café em novembro de 2025, uma queda de 26,7% em relação às 4,889 milhões embarcadas no mesmo mês do ano anterior.
Apesar disso, a receita cambial aumentou 8,9%, passando de US$ 1,409 bilhão para US$ 1,535 bilhão.
Entre julho e novembro de 2025, o Brasil exportou 17,435 milhões de sacas, o que representa retração de 21,7% em volume, mas crescimento de 11,6% em receita, totalizando US$ 6,723 bilhões.
No acumulado dos 11 primeiros meses de 2025, o país embarcou 36,868 milhões de sacas, queda de 21% frente ao mesmo período de 2024. Ainda assim, a receita aumentou 25,3%, passando de US$ 11,377 bilhões para US$ 14,253 bilhões, impulsionada pelos preços mais elevados e pela valorização do dólar.
Fonte: Portal do Agronegócio
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