Já para a colheita do café que se intensificará em abril, é esperado que as chuvas possam vir a ocorrer dentro ou pouco acima da média esperada para esse mês na porção Norte das mesorregiões das Matas de Minas e do Sul de Minas, no Campo das Vertentes, no Oeste de Minas, na porção mais ao Sul e mais ao Norte do Vale do Rio Doce, no Vale do Mucuri, na porção Norte do Vale do Jequitinhonha e na porção Sudeste do Triangulo Mineiro, bem como para todo o estado do Espírito Santo. Para as demais regiões de Minas Gerais é esperado que as chuvas venham a ocorrer dentro da média do período.

Algumas localidades em Minas Gerais que adotam cultivares precoces e que estão localizadas em regiões mais quentes já iniciaram a colheita do café, mas no início de maio deve ter início a colheita do café no Sul de Minas, seguido pelos produtores mais ao Sul de São Paulo, os quais devem começar a colher a partir da segunda quinzena de maio. O início da colheita pode variar entre as diferentes regiões produtoras de acordo com as condições climáticas que ocorrem anualmente, sendo que o ideal é que a colheita tenha início quando as plantas apresentem 80% ou mais de grãos cereja, o que contribui para que seja alcançada boa qualidade de bebida. Todavia, principalmente para os grandes produtores, a decisão sobre o momento do início da colheita varia também em função de outros fatores, como a disponibilidade de mão de obra.

O café cereja representa o ponto ideal de maturação dos frutos quando a casca, a polpa e o grão se encontram com a composição química ideal para a colheita. Todavia, nesse momento o grão apresenta grande teor de umidade o que contribui para sua rápida fermentação. Uma medida prática para evitar o início desse processo é a lavagem imediata dos grãos após a colheita (para separar o café bóia do café cereja e do café verde que se misturaram durante a colheita), possibilitando o rápido início do processo de secagem, evitando assim a fermentação que contribui para o aparecimento de grãos ardidos no processo de beneficiamento. Esses, em grande quantidade, depreciam a qualidade final do produto.

Na região das Matas de Minas, que em sua maioria apresenta-se formada por pequenos produtores, a colheita manual é a mais utilizada devido às características do relevo acidentado. Logo, no atual período, chamado de pré-colheita, o produtor deve investir nos cuidados com o cafezal, sendo fundamental a arruação e limpeza das entrelinhas para evitar maiores desperdícios na derriça sobre panos e no recolhimento do café do chão.

A análise e o prognóstico climático aqui apresentado foram elaborados com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente naqueles atuantes na América do Sul, e são de caráter experimental. Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA, Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade - IRI, Met Office Hadley Centre, Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo - ECMWF, pelo Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e dados climáticos do INMET/INPE. A informação é disponibilizada ao público em geral, porém, nenhuma garantia implícita ou explícita é dada pela EPAMIG, a qual não se responsabiliza pelo uso indevido, por parte de terceiros, das informações aqui disponibilizadas. 

 Williams Ferreira  - Pesquisador da Embrapa/EPAMIG na área de Agrometeorologia e Climatologia, atua principalmente em pesquisas voltadas para o tema Mudanças Climáticas Globais.williams.ferreira@embrapa.br (ou) williams.ferreira@epamig.br

 Marcelo Ribeiro  - Pesquisador da EPAMIG na área de Fitotecnia, atua em pesquisas com a cultura do café.mribeiro@epamig.br