Publicado em: 24/09/2025 às 11:10hs
O mercado de café atravessa uma semana de intensa volatilidade, marcada por quedas acentuadas nos preços e recuperação parcial nas bolsas internacionais. As oscilações refletem fatores climáticos, movimentos cambiais, negociações políticas e expectativas relacionadas à oferta global.
De acordo com dados do Cepea, entre 15 e 22 de setembro, os preços do café registraram forte retração no mercado brasileiro.
Segundo os pesquisadores, a pressão veio da expectativa de chuvas mais expressivas nas regiões produtoras, da liquidação de posições de compra na Bolsa de Nova York (ICE Futures) e da possibilidade de retirada das tarifas norte-americanas sobre o café brasileiro. Apesar da queda, os preços ainda permanecem elevados, sustentados pela oferta restrita e estoques reduzidos.
Na terça-feira (23), o mercado físico no Brasil registrou desvalorização, acompanhando as quedas internacionais. Segundo a Safras Consultoria, as negociações ficaram paralisadas à medida que os preços recuavam.
Os estoques certificados da ICE Futures também registraram queda, totalizando 615.903 sacas de 60 kg em 23 de setembro, 27.438 sacas a menos que no dia anterior.
Após a pressão vendedora, o mercado internacional de café voltou a registrar ganhos nesta quarta-feira (24).
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o contrato dezembro/25 subia 2,57%, cotado a 358,60 centavos de dólar por libra-peso, revertendo parte da queda de 4,7% registrada no dia anterior. O robusta também acompanhava a alta em Londres, com avanço de até US$ 87/tonelada no contrato de novembro/25.
Segundo informações da Bloomberg, as cotações seguem influenciadas por preocupações com a oferta no Brasil, expectativas de alívio tarifário nos Estados Unidos e realização de lucros por parte de investidores. A possível reunião entre os presidentes Lula e Donald Trump alimenta a expectativa de mudanças no cenário das tarifas sobre o café brasileiro.
O clima também desempenha papel central no movimento de preços. De acordo com o Climatempo, as chuvas previstas para o restante da semana nas principais regiões cafeeiras devem favorecer a florada da safra 2026, reduzindo preocupações com os efeitos da seca.
No câmbio, o dólar comercial operava em alta de 0,42%, a R$ 5,3001, movimento que ajuda a sustentar as cotações do café no mercado interno voltado para exportação.
O cenário externo também influencia o café. Enquanto bolsas da Ásia encerraram em alta moderada (Xangai +0,83%; Japão +0,30%), os mercados europeus operavam em queda na manhã desta quarta-feira (Paris -0,75%; Frankfurt -0,29%; Londres -0,22%). Já o petróleo tipo WTI avançava 1,23%, cotado a US$ 64,19 o barril.
Fonte: Portal do Agronegócio
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