Publicado em: 07/10/2025 às 11:30hs
Os preços do café voltaram a apresentar forte volatilidade nesta terça-feira (07), refletindo fundamentos de mercado e notícias sobre o clima no Brasil e negociações políticas internacionais. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o café arábica registrava queda nos contratos para dezembro/25 e março/26, enquanto o robusta apresentava variações mistas em Londres.
Segundo informações da Reuters, os traders mantêm cautela, ignorando parcialmente os estoques apertados, e aguardam sinais sobre a possível suspensão da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro, tema de conversas entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva.
O clima no Brasil é acompanhado de perto pelo mercado. Apesar da seca recente, que impulsionou os contratos futuros em 3,4% na semana passada, a previsão de chuvas trouxe alívio aos produtores. Segundo o Climatempo, uma frente fria avançando pelo Sul começa a gerar instabilidades no Sudeste, com previsão de pancadas de chuva em São Paulo, sul e zona da Mata mineira até quarta-feira (08). Entre quinta e sexta-feira, os volumes podem superar 30 mm em algumas regiões, favorecendo a florada e o pegamento dos frutos, etapas fundamentais para a safra de 2026.
Os produtores brasileiros relatam boa floração das lavouras, mas reforçam que a chuva será essencial para o desenvolvimento uniforme dos frutos.
O Indicador Composto de Preços (I-CIP) da Organização Internacional do Café (OIC) registrou alta de 9,3% em setembro, chegando a 324,62 centavos de dólar por libra-peso, impulsionado por preocupações com fornecimento nos EUA, estoques certificados em queda e expectativas de negociações tarifárias.
No entanto, fatores de correção técnica também pressionaram os preços para baixo. O aumento nos requisitos de margem da ICE Futures US para contratos de arábica elevou os custos de financiamento, limitando novas posições no mercado. Além disso, decisões do Federal Reserve de reduzir a taxa de juros e preocupações quanto à implementação do Regulamento de Desmatamento da UE influenciaram as cotações globalmente.
O mercado segue atento às relações Brasil-EUA. Apesar da conversa positiva entre Trump e Lula, ainda não há definição sobre a suspensão da tarifa de 50%. A perspectiva de redução dessa taxa é vista como fator potencial de estabilização dos preços, especialmente para o arábica, que encerrou a segunda-feira com recuo de 2,4% nos contratos de dezembro/25 e março/26, a 381,35 e 364,95 centavos de dólar por libra-peso, respectivamente.
Para o robusta, os contratos em Londres registraram alta de US$ 6 para novembro/25, enquanto os vencimentos de janeiro/26 e março/26 caíram US$ 20 e US$ 29, respectivamente, refletindo as oscilações do mercado diante das condições climáticas e da política internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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