Publicado em: 02/10/2025 às 11:20hs
O mercado de café segue marcado por forte volatilidade, refletindo tanto fatores técnicos quanto preocupações de oferta. Após encerrar a última quarta-feira (01) com altas significativas em Nova York, os preços recuaram na manhã desta quinta-feira (02) em movimento de realização de lucros e ajustes técnicos, segundo informações do Barchart.
Na sessão anterior, a Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica registrou ganhos, com o contrato de dezembro/2025 fechando a 383,90 cents/lbp, alta de 2,4%, enquanto março/2026 encerrou em 368,05 cents/lbp, avanço de 2,5%.
O movimento refletiu o aperto na oferta global, agravado pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às importações de café brasileiro. O Brasil é o principal fornecedor do grão ao mercado americano, responsável por cerca de um terço do café não torrado consumido no país. As tarifas vêm levando compradores a cancelar contratos, o que reduz os estoques americanos, já nos níveis mais baixos desde o início de 2024.
Além do impacto comercial, o clima é outro fator de pressão sobre os preços. O Escritório Carvalhaes destaca que as condições seguem irregulares no Brasil, levantando incertezas sobre a florada que definirá a safra de 2026. Já no Vietnã, maior produtor mundial de robusta, o cenário é duplo: por um lado, chuvas intensas provocaram enchentes em áreas produtoras; por outro, há expectativa de colheita recorde de 1,76 milhão de toneladas na temporada 2025/26, a maior dos últimos quatro anos, o que pode aliviar a oferta restrita no mercado internacional.
Por volta das 9h20 (horário de Brasília), os preços recuavam nas bolsas internacionais:
O mercado deve seguir atento às negociações diplomáticas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que podem destravar o fluxo de exportações brasileiras para os EUA. Ao mesmo tempo, as condições climáticas no Brasil e no Vietnã serão determinantes para a formação dos preços nos próximos meses, sustentando a volatilidade no mercado futuro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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