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Café no Paraná: Menor Produção, Maior Rendimento

Preços se elevam em até 73%, beneficiando os produtores mesmo com a queda na colheita


Publicado em: 11/10/2024 às 11:40hs

Café no Paraná: Menor Produção, Maior Rendimento
Foto: José Fernando Ogura

Apesar de uma redução de 8% na produção, a cafeicultura paranaense obteve resultados financeiros expressivos em 2024. A colheita totalizou 40,2 mil toneladas, comparadas a 43,9 mil toneladas do ano anterior. Contudo, a valorização dos preços pagos aos cafeicultores, com a saca beneficiada ultrapassando em até 73% os valores de 2023, proporcionou um rendimento superior.

Essas informações constam do Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 4 a 10 de outubro, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O documento também analisa o desempenho de outros cultivos, como soja e batata, além de abordar os preços de suínos e bovinos, e as exportações de frango e peru.

A safra deste ano, que ocupou 25 mil hectares, teve sua colheita concluída, resultando em uma média de R$ 1.247,17 por saca comercializada em setembro, um valor significativamente superior aos R$ 720,57 registrados no mesmo mês de 2023. A alta nos preços impulsionou a comercialização, que alcançou 41% das 670,6 mil sacas produzidas neste ciclo, em contraste com apenas 13% no período correspondente do ano anterior. O Valor Bruto de Produção (VBP) do café para 2024 deve superar R$ 750 milhões, uma elevação de 33% em relação aos R$ 562,8 milhões de 2023.

No entanto, as perspectivas para o setor a longo prazo ainda indicam uma tendência de encolhimento das áreas dedicadas ao cultivo do café no Estado. Carlos Hugo Godinho, agrônomo do Deral, ressalta que as dificuldades de sucessão familiar e a escassez de mão de obra, além da intensa concorrência com a produção de grãos, permanecem como desafios significativos. “Nos últimos anos, a cafeicultura enfrentou preços pouco atrativos, resultando em prejuízos para muitos produtores”, observa Godinho, lembrando ainda as dificuldades climáticas, como a severa frente fria de julho de 2013, que devastou extensas áreas de cafezais.

Outros Cultivos

Batata: A colheita da batata de segunda safra se aproxima do fim, com cerca de 150 hectares ainda em fase de desenvolvimento vegetativo na região de Cornélio Procópio. A produção total é projetada em 289 mil toneladas, 10,4% abaixo das expectativas iniciais de 322,5 mil toneladas, impactadas por chuvas irregulares, ondas de calor intenso e períodos prolongados de estiagem.

Soja: A produção mundial de soja é estimada em 429,2 milhões de toneladas, configurando um recorde. O Brasil, principal produtor, deverá responder por 40% desse total, seguido pelos Estados Unidos (29%) e Argentina (11,9%). A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê uma colheita de 166,28 milhões de toneladas, com o Paraná contribuindo com mais de 22 milhões de toneladas, resultado de uma área semeada recorde de 5,8 milhões de hectares.

Suínos e Bovinos: O preço médio de cortes de carne suína no Paraná aumentou pelo quarto mês consecutivo, passando de R$ 16,54 em maio de 2024 para R$ 18,86 atualmente. Já o preço da arroba do boi subiu 7,24% nos primeiros oito meses do ano, alcançando R$ 294,20, o maior valor em dólares até o momento. Essa elevação é impulsionada pela menor oferta de animais e pela deterioração das pastagens.

Frango e Peru: As exportações brasileiras de carne de frango caíram 7,7% em faturamento nos primeiros oito meses de 2024, totalizando US$ 6,2 bilhões. No Paraná, a redução foi de 0,6% em volume, refletindo a posição do Estado como principal produtor e exportador do produto. Já as exportações de carne de peru diminuíram, com o Paraná se posicionando como o terceiro maior exportador, totalizando 8.180 toneladas e uma receita de US$ 19,5 milhões.

Fonte: Portal do Agronegócio

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