Publicado em: 04/09/2025 às 10:50hs
O mercado de café permanece sustentado por preços firmes, reflexo da combinação de estoques globais historicamente baixos e incertezas climáticas que afetam a produção. A StoneX revisou para baixo a previsão da safra brasileira de arábica 2025/26, estimando uma queda superior a 18% em relação ao levantamento anterior. Esse recuo reforça a percepção de oferta restrita em um momento de demanda constante.
No Brasil, o indicador do Cepea mostrou avanço de 31% para o arábica e de 49% para o robusta em agosto. Somente na última semana, as altas foram de 4,2% e 5,6%, respectivamente, evidenciando a força dos fundamentos de mercado.
Nas bolsas internacionais, a valorização do café também chama atenção. Em Nova Iorque, o contrato mais líquido do arábica acumulou alta de 39% em agosto, avançando 2,1% na última semana. Já em Londres, o robusta disparou 47,7% no mês e 3,5% na semana.
Apesar desse movimento de alta recente, o mercado mostrou volatilidade nesta quinta-feira (04). O arábica operava em baixa pela manhã: 384,00 cents/lbp no contrato de setembro/25 (queda de 125 pontos), 372,50 cents/lbp em dezembro/25 (baixa de 115 pontos) e 360,30 cents/lbp em março/26 (recuo de 150 pontos).
O robusta, por sua vez, apresentou resultados mistos. Enquanto o contrato de setembro/25 subiu US$ 8, sendo negociado a US$ 4.610/tonelada, os vencimentos seguintes recuaram: novembro/25 caiu US$ 56, para US$ 4.398/tonelada, e janeiro/26 perdeu US$ 57, cotado a US$ 4.314/tonelada.
As condições climáticas no Brasil seguem como o principal risco para a safra. O boletim do Escritório Carvalhaes aponta que o padrão do tempo continua instável, com secas prolongadas, chuvas irregulares e frentes frias que trouxeram geadas e granizo em importantes regiões produtoras. Esse cenário afasta a possibilidade de uma safra recorde em 2026 e reforça a preocupação com a oferta.
Além dos impactos do clima, o setor enfrenta ainda estoques reduzidos tanto em países produtores quanto consumidores e a instabilidade no comércio internacional, agravada pelo tarifaço dos Estados Unidos.
Com fundamentos de alta e movimentos de correção em curto prazo, o mercado de café segue em compasso de espera. Produtores, exportadores e investidores monitoram de perto as condições climáticas e a evolução da safra, já que qualquer mudança significativa pode gerar forte volatilidade nos preços e impacto direto na economia cafeeira brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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