Publicado em: 28/07/2025 às 11:00hs
Os preços do café tradicional permaneceram em patamar elevado no varejo durante o mês de julho, apesar do avanço da colheita no Paraná. Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o pacote de 500 gramas foi cotado em média a R$ 31,34, um leve aumento de 0,64% frente a junho, quando a média foi R$ 31,14. Desde abril, os valores têm se mantido estáveis, próximos ao pico do ano de R$ 31,61.
O Deral destaca que, apesar da estabilidade, o preço atual é quase o dobro do registrado em julho de 2024, quando o valor médio era de R$ 16,10. Com o início da nova safra, há expectativa de queda nos preços, mas ainda acima do ano anterior.
A colheita no estado já atingiu mais de 68% da área cultivada, o que aumenta a oferta local. Esse movimento tem pressionado os preços pagos aos produtores: em julho, o valor médio por saca caiu para R$ 1.500, cerca de 40% menos do que os mais de R$ 2.000 pagos em junho. É a primeira vez na temporada que o preço fica abaixo da média da safra passada, que foi de R$ 1.668,60.
Embora parte da produção tenha sido negociada a preços mais altos, a indústria começa a repassar os ajustes ao mercado atacadista, oferecendo preços mais competitivos que podem refletir em eventuais reduções ao consumidor.
Com os preços elevados do café tradicional, o café solúvel tem se destacado como uma opção para os consumidores. O Paraná, que possui um dos principais polos industriais do setor no Brasil, lidera as exportações nacionais. No primeiro semestre de 2025, o estado exportou 15.240 toneladas, gerando US$ 199,6 milhões, o que representa 35% do total nacional (43.478 toneladas).
Os Estados Unidos são o maior mercado para o café solúvel paranaense, respondendo por cerca de 15% das exportações. Entretanto, a recente imposição de uma tarifa adicional de 50% pelo governo Trump representa um risco significativo para as fábricas locais e seus fornecedores, impactando também outras regiões além do Paraná. O Deral alerta que, embora o impacto inicial seja regional, as consequências podem influenciar o preço do café brasileiro de maneira mais ampla. Mesmo com estoques baixos e abertura de novos mercados, há risco de excesso de produto no mercado interno.
Na manhã desta segunda-feira (28), o mercado do café apresentou fortes ganhos, segundo o analista Marcelo Moreira, da Archer Consulting. A apreensão permanece devido à guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos, com expectativa de que a tarifa de 50% sobre o café brasileiro será implementada a partir de 1º de agosto.
Segundo o boletim do Escritório Carvalhaes, a nova safra brasileira avança com mais de 70% da colheita concluída. Os números indicam uma safra maior para o café conilon em comparação a 2024, enquanto a produção de arábica deve ser menor. O documento ressalta fundamentos importantes: estoques historicamente baixos, clima irregular e equilíbrio precário entre produção e consumo global.
Por volta das 9h (horário de Brasília), os preços futuros do arábica operavam em alta significativa:
O robusta também apresentava ganhos relevantes nos contratos futuros:
Fonte: Portal do Agronegócio
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