Publicado em: 01/12/2025 às 11:20hs
O mercado cafeeiro iniciou dezembro com forte volatilidade e tendência de baixa nas principais bolsas internacionais. Na manhã desta segunda-feira (1º), os contratos futuros do robusta registravam queda superior a 2% em Londres, refletindo o clima adverso nas regiões produtoras e o quadro de oferta global limitada.
De acordo com boletim divulgado pelo Escritório Carvalhaes, os fundamentos do mercado seguem inalterados: incertezas climáticas no Brasil e em outros países produtores, além dos baixos estoques mundiais.
“O Brasil, maior produtor e exportador global, colheu em 2025 uma safra menor do que o esperado e já enfrenta desafios climáticos que reduzem as projeções para 2026”, destaca o relatório.
As condições climáticas continuam sendo o principal fator de pressão sobre os preços. No Brasil, chuvas irregulares e altas temperaturas têm afetado a produtividade dos cafezais, especialmente nas regiões produtoras do Sudeste.
No Vietnã, segundo relatório da Pine Agronegócios, as fortes chuvas e a passagem de tufões nas áreas produtoras estão comprometendo as estimativas para a safra 2025/26, inicialmente projetada como a maior dos últimos quatro anos. A consultoria aponta que, embora os danos mais severos estejam concentrados em áreas menores, os impactos podem ser significativos para a produção da temporada 2026/27.
O setor comemora a retirada da tarifa de 40% sobre as exportações brasileiras de café verde para os Estados Unidos, mas o café solúvel ainda enfrenta taxação elevada, o que compromete a competitividade da indústria nacional.
“Essa tarifa é injusta e limita a capacidade de competição do solúvel brasileiro frente aos concorrentes internacionais. É preciso empenho nas negociações para eliminar essa barreira”, reforça o Escritório Carvalhaes.
Por volta das 9h30 (horário de Brasília), os contratos futuros do arábica apresentavam recuos significativos:
O robusta, na Bolsa de Londres, também operava em queda:
Na sexta-feira (29/11), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou o pregão com valorização dos contratos do arábica, impulsionada pelo dólar mais fraco e pela alta do petróleo.
Os investidores seguem atentos ao clima no Brasil, onde a irregularidade das chuvas gera apreensão sobre o potencial da safra 2026, em um momento de oferta restrita e estoques globais apertados.
No fechamento, os contratos com entrega em março/2026 subiram 0,4%, cotados a 381,20 cents/lbp, enquanto a posição maio/2026 teve alta de 0,3%, a 364,00 cents/lbp.
Na semana, o contrato março acumulou alta de 3,2%, e em novembro o ganho foi de 2,4%, refletindo a instabilidade e a forte volatilidade do mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
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