Publicado em: 29/05/2018 às 16:20hs
Café: Geoportal disponibiliza dados do parque mineiro
Mapeamento facilitará precificação
Após investimento de R$ 6 milhões, o mapeamento do parque cafeeiro de Minas Gerais foi finalizado. Com dados objetivos sobre a área de produção e a distribuição geográfica, a expectativa é criar políticas públicas eficazes para o setor e reduzir a especulação de preços. O levantamento foi concluído em março e poderá ser acessado pelo Geoportal do Café. Os dados serão atualizados constantemente, servindo de base para pesquisas. No total, Minas Gerais tem uma área cultivada com café de 1,2 milhão de hectares.
O mapeamento do parque cafeeiro era uma demanda antiga do setor produtivo. A iniciativa é considerada fundamental para identificar de forma correta a produção mineira. Ao todo, foram investidos R$ 6 milhões no projeto, sendo que deste valor R$ 4 milhões foram aportados pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e R$ 2 milhões provenientes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
O coordenador estadual de Planejamento e Gestão da Emater-MG, Edson Logato, explica que o levantamento da área cultivada com café foi feito em todos os 463 municípios produtores do grão. O levantamento, na primeira etapa, foi realizado por meio de imagens de satélites. Para validar as informações obtidas, técnicos da Emater-MG percorreram o campo, confirmando as informações levantadas.
No mapeamento foi identificada uma área cultivada de 1,2 milhão de hectares. A região Sul de Minas, maior produtora de café do Estado, possui 649,9 mil hectares plantados distribuídos em 154 municípios. Somando as áreas da Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Central, o café ocupa uma área de 322 mil hectares, localizadas em 181 municípios. Já no Triângulo e Alto Paranaíba, na Região do Cerrado, são 51 municípios produtores e uma área cafeeira de 211,9 mil hectares. A região Norte e os Vales do Jequitinhonha e Mucuri possuem 77 municípios produtores e uma área plantada de 37,8 mil hectares.
“O mapeamento do parque veio da necessidade de averiguar a estimativa de safra de forma exata. As estimativas disponíveis são feitas de forma subjetiva e, dessa forma, os dados, por mais exatos que sejam, não têm credibilidade no mercado comprador. Havia a necessidade de verificar a área exata para termos dados concretos e eliminar os questionamentos do mercado. São os compradores que estipulam a cotação do café, então tendo a área exata podemos fazer previsão mais real e reduzir as especulações”, explicou.
Atualização
Logato ressalta que o mapeamento é baseado em fotografias, e pelo fato de a cafeicultura ser muito dinâmica, a atualização dos dados será constante. Para isso, os extensionistas da Emater-MG vão manter os trabalhos no campo e serão firmadas parcerias com as cooperativas de café, onde técnicos também irão atuar nas atualizações das áreas cultivadas.
Todos os dados levantados estarão disponíveis no Geoportal do Café, cujo link está no site da Emater. A expectativa é que os dados já estejam totalmente disponibilizados na próxima semana.
“O produtor poderá acessar as informações por glebas. As vantagens são muitas. Pelas imagens ele vai conseguir identificar a propriedade e a área total. São dados precisos e que vão auxiliar no cálculo correto de insumos, por exemplo”, disse Logato.
Especiais
Com o mapeamento, a expectativa também é cruzar os dados com os cafés inscritos no Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, que no ano passado recebeu em torno de 2 mil inscrições, e mostrar onde estão as produções de cafés especiais e quais as características das bebidas. Segundo Lobato, esta marcação é importante e ajudará a divulgar os cafés diferenciados.
Fonte: Diário do Comércio
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