Publicado em: 11/09/2025 às 11:10hs
Depois de três anos de forte alta, o mercado de café no Brasil apresenta sinais de estabilização. Levantamento da VR, ecossistema de soluções para trabalhadores e empregadores, mostra que o café moído de 500g, que custava R$ 29,66 em junho, recuou para R$ 29,09 em julho e atingiu R$ 28,80 na primeira semana de agosto.
Esse movimento contrasta com a trajetória recente: entre 2022 e 2025, o preço médio geral do café subiu 108%, passando de R$ 10,58 para R$ 22,05. O café moído de 500g foi o que mais encareceu no período, com alta de 109%. Já o pacote de 250g, que acumulava valorização de 33% desde 2022, também apresentou leve recuo em julho e agosto deste ano, cotado a R$ 20,23.
Outras categorias tiveram comportamentos distintos. O café em cápsulas, mesmo após alta acumulada de 78% nos últimos três anos, caiu em junho para R$ 16,91 e voltou a subir, chegando a R$ 17,42 em agosto. Já o café solúvel atingiu seu maior preço da série histórica neste mês, a R$ 13,50.
Nos contratos futuros, o cenário permanece volátil. Nesta quinta-feira (11), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) registrou movimentações mistas para o café arábica. O contrato dezembro/25 operava em alta de 5 pontos, a 386,95 cents/lbp, enquanto o março/26 caía 15 pontos, negociado a 373,40 cents/lbp. Em Londres, os contratos do robusta também mostraram oscilações: setembro/25 subia para US$ 4.693 por tonelada, mas novembro/25 recuava para US$ 4.455.
Segundo análises internacionais, a finalização da safra brasileira ainda não trouxe uma direção definida ao mercado. Os estoques certificados na ICE caíram 6.397 sacas e somam agora 679.548, queda de 160.742 sacas em relação ao mesmo período do ano passado. O Escritório Carvalhaes aponta ainda que os negócios no mercado físico permanecem tímidos, já que produtores resistem em fechar contratos diante das oscilações intensas nas bolsas.
Apesar da instabilidade nos contratos, o café arábica fechou o dia em alta em Nova York. O contrato dezembro/25 encerrou negociado a 386,90 cents/lbp, avanço de 1,33%, renovando máxima de quatro meses. A valorização do real frente ao dólar também ajudou a sustentar os preços, já que encarece as exportações brasileiras.
Os embarques do Brasil, no entanto, recuaram 17,5% em agosto frente ao ano anterior, segundo dados do Cecafé. As exportações de arábica caíram 11,2%, enquanto as de robusta tiveram queda de 34,5%. Para os Estados Unidos, maior importador, a redução foi ainda mais acentuada: 46% em agosto. Em contrapartida, houve aumento das vendas para países da América Latina.
Traders destacam que a tarifa de 50% imposta pelos EUA ao café brasileiro tem levado importadores a recorrer aos estoques certificados da ICE, enquanto produtores locais aguardam possíveis desdobramentos na Suprema Corte dos EUA sobre a legalidade da medida.
Fonte: Portal do Agronegócio
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