Publicado em: 26/06/2025 às 13:10hs
Segundo o IPCA-15 de junho, divulgado pelo IBGE, o café moído foi o segundo item que mais pressionou a inflação do mês, atrás apenas da energia elétrica. Em relação a maio, a alta foi de 2,86 %; no acumulado de 12 meses, o aumento chega a 81,6 %.
Nas fazendas, o movimento é o inverso. O preço médio mensal do arábica caiu 17 % em junho frente a fevereiro, mês em que atingiu o maior valor da série histórica do Cepea (iniciada em 1996).
O ciclo entre colheita, secagem, beneficiamento, torra, embalagem e distribuição leva de 60 a 90 dias, explica Fernando Maximiliano, da StoneX Brasil. Por isso, o consumidor só deve sentir um alívio mais perceptível no segundo semestre, e ainda de forma lenta, reforça Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio.
Analistas projetam que a diminuição de preços ao consumidor será gradual em 2025 e tende a acelerar em 2026, caso a safra brasileira se expanda sem contratempos.
Em 12 de fevereiro, o arábica atingiu R$ 2.769,45 por saca, recorde do Cepea. O robusta alcançou R$ 2.102,12 em 21 de janeiro.
O Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas em 2024, reduzindo estoques para 2025. A crise no Mar Vermelho — rota do café asiático — levou compradores europeus a buscar mais produto brasileiro, enquanto a expectativa de uma nova lei europeia contra desmatamento (agora adiada para o fim de 2025) antecipou importações.
Em resumo: o café segue caro na gôndola, mas os preços já cederam no campo. O alívio chegará ao bolso do consumidor de forma lenta, acelerando apenas se as próximas safras confirmarem a expansão esperada.
Fonte: Portal do Agronegócio
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