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Café da Zona da Mata mineira vai ganhar marca

Os cafeicultores da região das Matas de Minas que produzirem cafés com notas acima de 80 pontos na prova de xícaras poderão comercializar o grão utilizando a marca "Região das Matas de Minas"


Publicado em: 15/09/2014 às 17:10hs

Café da Zona da Mata mineira vai ganhar marca

Os cafeicultores da região das Matas de Minas que produzirem cafés com notas acima de 80 pontos na prova de xícaras poderão comercializar o grão utilizando a marca "Região das Matas de Minas", identidade geográfica lançada hoje, em Manhuaçu, que tem como objetivo divulgar e diferenciar o café da região nos mercados nacional e internacional. A expectativa é estimular os mais de 35 mil cafeicultores da área a investir na ampliação da qualidade, o que é primordial para agregar valor ao grão.

O projeto é realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e o Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas, formado por representantes de cooperativas, associações, sindicatos e várias instituições ligadas ao setor cafeeiro, como a Universidade Federal de Viçosa (UFV).

De acordo com a analista do Sebrae, regional Manhuaçu, Ereni Constantino, a iniciativa é muito importante para o desenvolvimento da cafeicultura da região, que possui custos elevados devido à impossibilidade de mecanizar a maior parte da área produtiva.

"Durante três anos realizamos na região vários estudos que mostraram que o café das Matas de Minas tem grande potencial, mas que o setor precisa ser organizado e o grão de qualidade melhor divulgado e identificado no mercado. Optamos por criar uma marca que identifique a região. O próximo passo será o investimento na obtenção da Identificação Geográfica (IG), processo que deve ser iniciado em abril de 2015".

Produção

Segundo as informações do Sebrae, a região da Zona da Mata mineira é responsável por produção média anual de 5 milhões de sacas, 24% do volume total gerado no Estado. A lavoura de café abrange 63 municípios e é desenvolvida por 35 mil cafeicultores, sendo que 80% são de pequeno porte. A princípio, 50 produtores de cada um dos 63 municípios da região serão acompanhados pelo projeto, número que será ampliado gradativamente.

Com as pesquisas realizadas pelos parceiros, que serviram de base para a criação de um quadro geral da situação e das potencialidades do café na região, as instituições envolvidas no processo promoveram série de cursos, treinamentos, oficinas e palestras com o objetivo de divulgar as informações da região e capacitar os produtores. Passo considerado fundamental para despertar o interesse para o projeto.

Para Ereni, a região tem grande potencial e vem evoluindo ao longo dos anos. Para se ter ideia, no primeiro ano de análise do café (2011) cerca de 10% do volume produzido receberam nota acima de 80 pontos na prova de xícaras, índice que na última análise, feita em 2013, subiu para 16%.

"Acreditamos que a organização do setor e a criação de uma marca regional são ações que valorizam o café da região, que até então estava "esquecido" no Estado e não tinha nenhuma marca para diferenciá-lo no mercado. Também servirá de base para incentivar os investimentos, por parte dos cafeicultores, na qualidade e abrir novos mercados. Essas iniciativas são fundamentais por estimular o desenvolvimento social e econômico da região, que tem 275 mil hectares ocupados pela cultura e gera, no período de colheita, 75 mil empregos diretos e 156 mil indiretos.

Ainda segundo Ereni, o grande desafio é levar as informações aos produtores e incentivar os mesmos a investirem nos processos que melhoram a qualidade do grão final.

"Estamos divulgando as informações do projeto junto a produtores e profissionais que são formadores de opinião na região, para que as mesmas sejam disseminadas. O cafeicultor precisa ter consciência que o mercado mudou, e, caso ele não invista na qualidade, continuará a comercializar um café com preços sem valor agregado, ficando reféns das variações de mercado", explicou Ereni.

 

Fonte: Diário do Comércio

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