Publicado em: 07/08/2025 às 10:50hs
Após anos de alta contínua, o café começa a apresentar sinais de estabilização nos preços no Brasil. A notícia é bem-vinda para milhões de consumidores, especialmente trabalhadores que incluem o produto no consumo diário. No entanto, no mercado internacional, o cenário segue instável e especulativo, com volatilidade nas cotações e a recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre as importações brasileiras.
De acordo com levantamento da VR, ecossistema de soluções para trabalhadores e empregadores, entre maio e junho de 2025, o preço médio de diversas categorias de café apresentou estabilidade ou quedas discretas. O café em cápsula, por exemplo, caiu de R$ 17,26 para R$ 16,91, enquanto o café moído em embalagens de 500g teve leve recuo de R$ 29,71 para R$ 29,66.
Outras variações observadas:
A análise foi feita com base em mais de 5 milhões de notas fiscais, enviadas por 3 milhões de usuários do SuperApp VR.
Apesar da leve desaceleração nos preços recentes, o acumulado entre junho de 2022 e junho de 2025 ainda impressiona:
Para minimizar os impactos da inflação dos alimentos, a VR tem investido em parcerias com a indústria. Atualmente, quem utiliza o SuperApp VR pode obter cashback de 3% na compra de cafés das marcas L’Or e Pilão.
Segundo Cassio Carvalho, diretor-executivo de Negócios Pessoa Física da VR, a iniciativa visa beneficiar os trabalhadores e também gerar dados estratégicos para as marcas:
“Na VR buscamos parceiros na indústria que podem ajudar a fazer o dinheiro do trabalhador render mais, e essa dinâmica de análise de consumo retroalimenta o mercado ao fornecer dados estratégicos para as marcas, que podem, consequentemente, ofertar aquilo que melhor se adequa aos hábitos do usuário, em especial nesse período de alta dos alimentos.”
Enquanto o consumidor brasileiro começa a sentir algum alívio no bolso, o cenário global do café segue marcado pela incerteza e volatilidade. Nesta quinta-feira (7), os contratos futuros do grão apresentavam comportamentos distintos nas bolsas internacionais.
O mercado acompanha com atenção os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações de café brasileiro, medida que deve impactar significativamente o comércio global.
De acordo com o boletim do Escritório Carvalhaes, os estoques estão historicamente baixos tanto nos países produtores quanto nos consumidores. Além disso, o clima irregular nas regiões produtoras e o desequilíbrio entre oferta e demanda agravam a instabilidade.
O boletim destaca ainda que operadores de mercado, no Brasil e nos EUA, tentam convencer o governo americano a isentar o café da nova tarifa, já que os EUA não produzem o grão internamente.
“A imposição dessa tarifa pelos americanos sobre os cafés importados do Brasil desorganizará o mercado internacional”, alerta o documento.
Por volta das 9h15 (horário de Brasília), os contratos futuros do café arábica operavam em alta:
Já o café robusta apresentava queda:
O café vive uma fase de contrastes: alívio para o consumidor brasileiro, que começa a ver os preços cederem, e pressão no mercado internacional, diante de um cenário incerto com estoques baixos, clima irregular e barreiras comerciais. O setor segue atento aos desdobramentos políticos e econômicos que devem influenciar os rumos da cadeia produtiva nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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