Publicado em: 22/11/2013 às 10:00hs
Para isso, a Costa Rica contará com US$ 10,7 milhões provenientes do fundo chamado NAMA Facility, que é de capital anglo-alemão.
Com esse dinheiro, pretende-se fazer a produção cafeeira nacional mais verde, através de quatro pontos: reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados, usar novos manejos da broca, plantar árvores nos cafezais e o uso eficiente de água e energia. O anúncio foi feito na cúpula sobre o clima, realizada em Varsóvia, na Polônia.
Se essa estratégia for cumprida, a indústria de café de Costa Rica mitigará as emissões de 120.000 toneladas de dióxido de carbono em um período de 10 anos. Além disso, a modernização do processo permitirá aos agricultores reduzir os custos.
Até agora, o país tem emissões de 16,6 milhões de toneladas de CO2 e, para 2021, se não forem tomadas medidas, essas emissões subiriam para 22 milhões de toneladas de CO2, segundo a Direção de Mudança Climática do Ministério do Meio-Ambiente e Energia (Minae). O projeto é impulsionado pelo Ministério de Agricultura e Pecuária (MAG).
O plano está inserido na estratégia nacional de neutralidade de carbono para 2021, o que significa que o país busca não produzir mais gases de efeito estufa.
Um total de 47 iniciativas, de todo o mundo, candidatou-se para receber o fundo, mas somente quatro foram selecionadas: Costa Rica, Colômbia, Indonésia e Chile. “Reconhece-se que a Costa Rica tem credibilidade a nível internacional, tanto pela qualidade de sua informação, como de recursos humanos. Esse é o primeiro fundo NAMA que se abre e quem pegar primeiro, pega o dobro”, disse o diretor de Mudança Climática do Minae e chefe da delegação costarriquense na cúpula, Wílliam Alpízar.
O investimento total para materializar essas quatro medidas ronda os US$ 30 milhões, dos quais o MAG já recebeu US$ 10,7 milhões do fundo anglo-alemão. Há duas semanas, foi obtido US$ 1,3 milhão proveniente do Banco Mundial. Ainda falta garantir o resto do dinheiro necessário para iniciar o plano e determinar qual será o aporte do Governo.
“Esse projeto pode ser uma fantástica curva de aprendizagem para todo o setor agropecuário e o país em geral”, comentou Giovanna Valverde, diretora de Assuntos Internacionais do Ministério de Agricultura (MAG).
Cada parte do projeto foi feita pensando nos cafeicultores costarriquenses. Essa personalização faz com que se encaixem na categoria das chamadas Ações de Mitigação Nacionalmente Adequadas (NAMA, da sigla em inglês), um mecanismo que as Nações Unidas colocaram em prática em 2009. São basicamente projetos feitos para combater as necessidades específicas de cada país, em vez de usar moldes.
Esse é o primeiro projeto desse tipo no setor cafeeiro e um dos pioneiros na agricultura a nível mundial. O MAG o escolheu devido à experiência positiva da Coopedota, que já produz café carbono natural e a possibilidade de incorporar a toda a indústria de café do país, composta por 50.000 produtores.
“É um conceito bem desenhado e factível. O fato de transformar todo um setor foi determinante, é algo pouco usual no mundo dos NAMA”, disse o diretor do Programa de Cooperação do Departamento de Energia e Mudança Climática do Reino Unido, David Potter.
O fundo NAMA Facility é um mecanismo de financiamento de projetos, criado em dezembro de 2012 pelos Governos da Inglaterra e da Alemanha, que outorgou 70 milhões de euros (US$ 94,46 milhões) em seu primeiro ano. Os organizadores esperam repetir isso em 2014.
Fonte: CafePoint
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