Publicado em: 06/08/2025 às 11:00hs
Os preços do café operaram em queda nas bolsas internacionais na manhã desta quarta-feira (6), refletindo um movimento de realização de lucros após os ganhos expressivos do dia anterior, quando o café arábica registrou alta superior a 3% em Nova York.
Segundo boletim do Escritório Carvalhaes, a volatilidade no mercado cafeeiro permanece elevada, impulsionada por fundamentos consistentes. Os estoques globais de café seguem em níveis historicamente baixos, tanto nos países produtores quanto nos consumidores, o que contribui para a instabilidade dos preços.
Além disso, o clima irregular nas principais regiões produtoras também influencia as cotações. Outro fator de pressão é a recente imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre o café importado do Brasil. Para o Escritório Carvalhaes, essa medida deve gerar desorganização no comércio global do produto.
“Não existe café sobrando em nenhum país produtor. A compra de grandes volumes de café por parte dos importadores americanos de outras origens não tarifadas acabará deslocando os compradores habituais desses países, que buscarão novos fornecedores. Isso tende a desorganizar o mercado mundial. Mesmo com as tarifas, é provável que os EUA sigam adquirindo bons volumes de café brasileiro”, aponta o boletim.
De acordo com informações da Reuters, o governo brasileiro avalia que conseguirá redirecionar suas exportações de café, minimizando os impactos da tarifa americana. Uma das estratégias já em curso é a ampliação da presença no mercado chinês: recentemente, a China aprovou 183 novas empresas brasileiras para exportar café ao país.
Apesar desse avanço, operadores do mercado demonstram ceticismo quanto à capacidade da China de compensar a perda nas vendas para os Estados Unidos.
Por volta das 9h20 (horário de Brasília), os contratos do café arábica operavam com as seguintes variações:
No mercado do café robusta, os contratos também apresentaram desvalorizações:
Apesar das quedas pontuais nas cotações, o mercado de café continua sustentado por fundamentos sólidos, como estoques baixos e instabilidades climáticas. A reconfiguração do comércio global, impulsionada por medidas protecionistas, tende a manter o setor em um cenário de volatilidade nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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