Publicado em: 13/10/2025 às 11:15hs
Nos dias 8 e 9 de outubro, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou do evento #CONEXIÓNVerde+, realizado em Medellín, na Colômbia, pelo programa AL-INVEST Verde, da União Europeia. A iniciativa busca promover a sustentabilidade e fortalecer a cooperação entre países europeus e latino-americanos, especialmente nas cadeias produtivas de café, cacau e óleo de palma.
O encontro reuniu representantes de governos, setor privado e autoridades da Itália, Espanha, Bélgica e Alemanha, com o objetivo de discutir a adaptação das cadeias de valor da região ao Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), que entrará em vigor em dezembro de 2025.
Durante o painel “O setor produtivo diante do EUDR”, o Cecafé apresentou as iniciativas do Brasil para garantir a conformidade do café exportado com as normas europeias. A diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Conselho, Silvia Pizzol, explicou que o setor tem combinado ferramentas tecnológicas e bases de dados públicas oficiais para gerar evidências concretas de legalidade e ausência de desmatamento.
“Estamos fornecendo informações verificáveis que comprovam que o café brasileiro é legal e sustentável, auxiliando os importadores europeus em seus sistemas de devida diligência, conforme previsto no artigo 9º do EUDR”, afirmou Silvia.
Apesar dos avanços, Silvia Pizzol destacou que ainda há lacunas na cooperação entre autoridades e operadores europeus e latino-americanos. Segundo ela, é fundamental aprofundar o diálogo e harmonizar o entendimento sobre os diferentes contextos institucionais e realidades produtivas da região.
“Os projetos financiados pelo AL-INVEST Verde já promovem o uso de bases públicas brasileiras para garantir transparência e rastreabilidade. No entanto, é necessário que essas informações cheguem aos operadores e autoridades europeias, fortalecendo a confiança mútua e a previsibilidade no comércio internacional”, observou.
O Instituto Florestal Europeu (EFI) apresentou resultados dos testes (dry-runs) realizados com as autoridades da Bélgica, França, Alemanha, Holanda e Espanha, utilizando cargas de café e óleo de palma. Entre as principais conclusões estão:
As autoridades ressaltaram ainda que certificações e bases de dados nacionais são úteis, mas não substituem o processo de devida diligência, que deve ser devidamente documentado e justificado pelos operadores.
Durante o painel, representantes europeus informaram que os sistemas de verificação de desmatamento e legalidade estão em fase final de desenvolvimento e que as fiscalizações devem começar em 30 de dezembro de 2025.
Entretanto, há expectativa de que a entrada em vigor do EUDR possa ser prorrogada, com possíveis ajustes e simplificações no regulamento.
“As autoridades europeias ainda aguardam confirmação oficial sobre essa prorrogação e sobre eventuais mudanças que possam alterar os atuais processos de inspeção”, destacou Silvia Pizzol.
Além do Cecafé, o Brasil esteve representado por diversas instituições e órgãos públicos, incluindo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Secretaria de Estado da Agricultura do Acre (Seagri).
A presença brasileira reforçou o compromisso do país com a sustentabilidade e a transparência nas exportações de café, consolidando o Brasil como um dos principais protagonistas globais na produção responsável.
Fonte: Portal do Agronegócio
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