Publicado em: 04/11/2025 às 11:35hs
O Brasil revelou, no dia 1º de novembro, os 30 melhores cafés especiais produzidos na safra 2025, durante cerimônia em São Paulo (SP). O evento marcou a 26ª edição do Cup of Excellence Brazil, o mais prestigiado concurso mundial de qualidade para cafés, organizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a ApexBrasil e a Alliance for Coffee Excellence (ACE), dentro do projeto “Brazil. The Coffee Nation”.
A competição é reconhecida por promover a excelência na cafeicultura brasileira e destacar os produtores que aliam inovação, tecnologia e sustentabilidade ao cultivo. Nesta edição, 30 produtores se consagraram entre 17 variedades apresentadas, divididas em três categorias principais.
Na categoria Experimental, dedicada a cafés com fermentação induzida, o destaque foi para o café da variedade Geisha, produzido pelo grupo Ipanema Agrícola, na Fazenda Rio Verde, em Conceição do Rio Verde (MG), na região da Mantiqueira de Minas. O lote recebeu 91,68 pontos na escala de 0 a 100, conquistando o primeiro lugar.
O segundo e o terceiro lugares ficaram com cafés da variedade Arara, produzidos por José Carlos dos Reis, na Fazenda Rancho Grande, em Três Pontas (MG), e por Sebastião Daniel da Silva, no Sítio São Sebastião, em Cristina (MG), com notas de 90,29 pontos. Todos os três foram reconhecidos como “cafés presidenciais”, por ultrapassarem os 90 pontos.
Na categoria Via Úmida, voltada a cafés cerejas descascados, despolpados ou desmucilados, o campeão foi Marcelo Assis Nogueira, da Fazenda Água Limpa, em Campos Altos (MG), no Cerrado Mineiro, com 91,37 pontos para sua variedade Arara.
O segundo lugar ficou com Marcelo Carvalho Ferraz, produtor da Fazenda Boa Vista, em Dom Viçoso (MG), com um café da variedade Catucaí (90,82 pontos). A produtora Osvaldina Alves Dutra garantiu o terceiro lugar com um café da variedade Kent, produzido na Fazenda Água Limpa, em São João do Manhuaçu (MG), alcançando 90,50 pontos.
Outro destaque foi Ercilei José de Oliveira, do Sítio Pedro Varinhas, em Manhuaçu (MG), que também superou os 90 pontos e recebeu o título de “café presidencial”.
A categoria Via Seca, que inclui cafés colhidos e secos com casca, teve como vencedor Paulo Fernando Chaves de Brito, da Fazenda Aracaçu, em Três Pontas (MG), com um café da variedade Arara.
Na sequência, o produtor Danilo Barbosa, da Fazenda Sucuri, em Coromandel (MG), obteve o segundo lugar com um café Geisha (90,32 pontos), seguido por Gustavo Andrade Alvarenga, da Fazenda Chapadão, em Pratinha (MG), com um café Paraíso, avaliado em 90,11 pontos.
Além dos 30 vencedores, outros 10 cafés foram eleitos como “National Winners”, por atingirem notas acima de 86 pontos nas avaliações internacionais, feitas por 30 provadores de 12 países, incluindo Alemanha, Estados Unidos, Japão e Brasil.
Segundo Vinicius Estrela, diretor executivo da BSCA, o resultado reforça a evolução da cafeicultura brasileira e a força das variedades nacionais, como Arara, que superou até a tradicional Geisha em algumas amostras.
“Os juízes internacionais reconheceram o alto padrão dos cafés brasileiros, destacando a diversidade, a inovação e o investimento dos produtores em tecnologia e manejo sustentável”, afirmou Estrela.
O diretor-geral do Cup of Excellence, Gary Urrutia, de Honduras, destacou o comprometimento e a inovação dos cafeicultores brasileiros. Já o head judge, John Thompson, do Reino Unido, elogiou a evolução técnica e sensorial dos cafés desde sua última visita ao Brasil, em 2015.
“O Brasil é o único país com três categorias distintas na competição, o que valoriza sua diversidade e qualidade. É impressionante como os produtores dominam processos distintos e criam perfis únicos”, disse Thompson.
Durante a cerimônia, a ACE anunciou os seis primeiros nomes a receber o título de “Lendas da Excelência”, honraria concedida a produtores que mantêm qualidade excepcional e compromisso social.
O brasileiro Luiz Paulo Dias Pereira Filho foi um dos homenageados, tornando-se “hors-concours” do Cup of Excellence. Ele já esteve 23 vezes entre os vencedores e foi o mais jovem presidente da BSCA, aos 30 anos, em 2011.
Além de Luiz Paulo, foram homenageados Benjamin Paz (Honduras), Juan Diego De La Cerda (Guatemala), Ernesto Menéndez (El Salvador), Manuel Antônio Barrantes (Costa Rica) e Olman Valladarez (Nicarágua).
A ACE ressaltou que o prêmio reconhece não apenas a qualidade dos cafés, mas também o impacto social e ambiental positivo que esses produtores promovem em suas comunidades.
Conforme destacou Vinicius Estrela, o resultado da edição de 2025 mostra que a excelência do café brasileiro é coletiva, resultado de anos de aprimoramento técnico e investimentos em sustentabilidade.
“Os cafés vencedores são incríveis e refletem a diversidade e a maturidade do produtor brasileiro. Tivemos notas altíssimas em diferentes perfis sensoriais, o que comprova que o Brasil é, hoje, referência mundial em cafés especiais”, celebrou o diretor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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