Publicado em: 23/06/2025 às 17:30hs
A colheita de café no Paraná já alcançou 36% da previsão de 713 mil sacas para 2024. Com a alta expressiva nos preços, que quase dobraram em relação ao ano passado, os produtores começam a se beneficiar economicamente. Em junho de 2023, a saca do café beneficiado era vendida a uma média de R$ 1.151,55, enquanto em 18 de junho de 2024 o valor chegou a R$ 2.083,57.
Esses dados estão no Boletim de Conjuntura Agropecuária, publicado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), que também destaca o papel do Paraná na produção de proteína animal e na diversificação das culturas agrícolas.
O preço médio atual de R$ 2.083,57 por saca oferece uma boa margem em relação aos custos totais apurados pelo Deral, que foram de R$ 1.186,69 em maio. O agrônomo Carlos Hugo Godinho ressalta que, com a colheita já em 36%, muitos produtores estão finalmente conseguindo aproveitar de forma consistente a escalada dos preços iniciada na entressafra.
Em fevereiro, quando os preços atingiram o pico, cerca de dois terços da safra de 2024 já haviam sido comercializados. Isso fez com que muitos produtores não tivessem produto disponível para vender naquele momento, apesar da valorização do café nas regiões produtoras.
O município de Carlópolis, no Norte Pioneiro, responsável por cerca de 25% da produção estadual, teve o maior aumento absoluto no Valor Bruto da Produção (VBP) em 2024, passando de R$ 513 milhões para R$ 763 milhões, impulsionado principalmente pela cafeicultura. No Paraná, a produção total de café ultrapassou a marca de R$ 1,1 bilhão, quase o dobro do valor registrado em 2023 (R$ 563 milhões).
Embora o clima tenha apresentado desafios na última semana, os produtores aproveitaram uma janela para avançar na colheita do milho. Até o momento, 227 mil hectares dos 2,72 milhões plantados no Paraná já foram colhidos. O boletim informa que 54% da área está na fase de maturação, tornando-se menos suscetível a geadas, enquanto os 46% restantes, localizados principalmente no Norte do Estado, ainda podem ser impactados, embora geadas intensas nessa região sejam raras.
O Brasil possui condições climáticas favoráveis para o cultivo de frutas temperadas em várias regiões. Uvas são produzidas no semiárido nordestino, enquanto peras e mirtilos crescem em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Morangos, antes considerados frutas sazonais e de elite, agora estão disponíveis o ano inteiro. A maçã Eva, desenvolvida no Paraná, também é cultivada em regiões mais quentes do país.
Para discutir essa diversidade, o XI Seminário Estadual de Fruticultura de Clima Temperado será realizado em 25 de junho, na Estação de Pesquisa da Lapa, do IDR-Paraná.
De acordo com a pesquisa trimestral do IBGE, o Paraná abateu 354 mil cabeças de bovinos nos primeiros meses de 2025, cerca de 4% a mais que no mesmo período de 2024. Apesar do crescimento, o Estado representa apenas 3% do abate nacional. O volume de carne também aumentou, de 87,7 mil para 90,7 mil toneladas, com rendimento médio de 256 quilos por animal — superior à média nacional de 251 quilos.
Apesar do surto de Influenza Aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, o Agrostat Brasil aponta crescimento nas exportações brasileiras de carne de frango nos cinco primeiros meses de 2025. O faturamento subiu 9,8%, de US$ 3,774 bilhões para US$ 4,145 bilhões, e o volume exportado aumentou 4,5%, alcançando 2,193 milhões de toneladas.
O Paraná exportou 904.538 toneladas no período, 1,4% a mais que em 2024, gerando receita de US$ 1,672 bilhão, alta de 6,6%.
No primeiro trimestre de 2025, o Brasil produziu 993,4 milhões de dúzias de ovos para consumo — equivalente a 11,9 bilhões de unidades —, aumento de 10,8% sobre o mesmo período de 2024. São Paulo lidera a produção nacional, seguido por Minas Gerais e Espírito Santo. O Paraná ocupa a oitava posição, com 50,86 milhões de dúzias produzidas no trimestre, 4,5% acima do ano anterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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