Publicado em: 30/07/2024 às 10:00hs
O café, segunda bebida mais consumida mundialmente, continua a expandir seu mercado, especialmente no segmento de grãos especiais. A demanda crescente por produtos com alta qualidade e rastreabilidade está moldando o cenário atual, destacando a importância da origem e do processo de cultivo.
No Brasil, as colheitas de café avançam com vigor, e as fazendas se preparam para abastecer cafeterias, torrefações e o varejo com grãos frescos. O setor, que é perene e de safra anual, tem atraído a atenção de novos consumidores interessados nos sabores únicos dos grãos colhidos e processados com cuidados específicos.
Entre os destaques desse cenário está a Fazenda Boa Vista do Anil, localizada na Mantiqueira de Minas, próximo a Carmo de Minas. Esta propriedade, uma verdadeira vitrine para técnicas aprimoradas de cultivo em altitudes que variam entre 1.150 e 1.480 metros, investe fortemente em cafés especiais e processos refinados desenvolvidos ao longo dos anos.
A trajetória da Fazenda Boa Vista do Anil teve início em 1972 com Fernando Cruz Neto, um nome influente na cafeicultura brasileira. Fernando, ao lado de sua esposa Eneida Carvalho Ferraz e seu sogro Pedro Carlos Junqueira Ferraz, iniciou o cultivo de café em escala comercial no município de Dom Viçoso.
Em 1976, Fernando ingressou no Instituto Brasileiro do Café (IBC) em Belo Horizonte, onde participou do Plano de Renovação e Revigoramento da Cafeicultura (PRRC). Esse envolvimento com o IBC, seguido pelo surgimento do Programa Integrado de Apoio à Tecnologia Cafeeira (Procafé) e da Fundação Procafé, consolidou sua reputação como especialista em café.
Fernando Cruz Neto destaca: “Se hoje temos pesquisas e técnicas avançadas na cafeicultura mundial, é porque houve um intenso trabalho de melhoria da produtividade, competitividade e qualidade do café.”
A experiência acumulada por Fernando foi passada para seus filhos, Emília e Cícero Ferraz Cruz, que agora comandam a propriedade e renovam a abordagem comercial da fazenda.
A entrada dos filhos na gestão da Fazenda Boa Vista do Anil trouxe inovações na comercialização dos cafés, incluindo a venda de grãos torrados além do cru. A fazenda seleciona lotes específicos para criar perfis de café diferenciados, ajustando-se a cada ano às condições de colheita e maturação.
Emília Ferraz Cruz ressalta: “O grande desafio é acompanhar as mudanças anuais na colheita e separar os melhores cafés para lotes especiais.” A colheita deste ano foi antecipada e apresentou maturação desuniforme devido a fatores climáticos, como chuvas irregulares e temperaturas elevadas.
Os grãos da fazenda são predominantemente de processo natural, onde a casca seca junto com o grão. Cícero Ferraz Cruz explica: “Oferecemos ao público o que a natureza nos dá em cada safra. Após a colheita, provamos todos os microlotes e definimos os perfis sensoriais para a torra.”
A Fazenda Boa Vista do Anil busca sempre oferecer o melhor resultado do terroir da Mantiqueira de Minas, selecionando processos pós-colheita que garantam a qualidade do café entregue às torrefações, cafeterias e consumidores.
Emília conclui: “O consumidor busca cafés especiais com rastreabilidade, procedência e história. Nossa missão é entregar esses cafés diretamente da fazenda para os apreciadores, seguindo a tradição de nossa família.”
Situada em uma das mais renomadas regiões produtoras de café do Brasil, a Mantiqueira de Minas, a Fazenda Boa Vista do Anil é conhecida por sua colheita tardia, finalizada entre outubro e novembro, devido à sua altitude elevada. O nome da fazenda reflete a beleza da paisagem e a presença da planta anil (Indigofera suffruticosa) na região.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias