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Alta nas bolsas internacionais impulsiona preços do café e anima produtores brasileiros

Cotações avançam em Nova York e Londres, enquanto mercado interno reage a cenário positivo e exportações brasileiras seguem firmes


Publicado em: 13/08/2025 às 11:20hs

Alta nas bolsas internacionais impulsiona preços do café e anima produtores brasileiros
Mercado interno de café reage a alta internacional

O mercado físico brasileiro de café deve registrar negociações mais intensas nesta quarta-feira (13), impulsionado pela valorização acima de 1% na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O dólar opera estável, mas a alta externa tende a incentivar produtores a aproveitarem o momento para fechar novos negócios.

Na terça-feira (12), o cenário era oposto: as cotações internas recuaram, pressionadas pela queda do arábica em Nova York, do robusta em Londres e pela desvalorização do dólar. A volatilidade das bolsas travou as negociações, que ocorreram apenas com lotes isolados e de baixo volume.

Preços regionais do café no Brasil

No Sul de Minas Gerais, o arábica bebida boa com 15% de catação caiu para R$ 1.870,00/1.875,00 por saca, ante R$ 1.910,00/1.915,00 no dia anterior. No Cerrado Mineiro, o arábica bebida dura com 15% de catação foi negociado a R$ 1.880,00/1.885,00, contra R$ 1.920,00/1.925,00 anteriormente.

O arábica “rio” tipo 7, com 20% de catação, na Zona da Mata mineira, recuou para R$ 1.350,00/1.355,00 por saca (R$ 1.380,00/1.385,00 anteriormente).

No Espírito Santo, o conilon tipo 7 foi cotado a R$ 1.055,00/1.060,00 (antes R$ 1.065,00/1.070,00), enquanto o tipo 7/8 fechou em R$ 1.050,00/1.055,00 (ante R$ 1.060,00/1.065,00).

Estoques certificados e desempenho em Nova York

Os estoques certificados da ICE Futures, em 12 de agosto de 2025, somaram 737.526 sacas de 60 kg, queda de 83 sacas em relação ao dia anterior.

No pregão desta quarta (13), o contrato setembro/2025 do arábica em Nova York avançava 1,33%, cotado a 319,35 centavos de dólar por libra-peso. Na véspera, havia encerrado a 315,15 centavos, queda de 1,4%.

Londres sobe forte e amplia ganhos no robusta

O mercado londrino também opera em alta, com avanço de 4% nos contratos mais próximos. Perto das 9h20 (horário de Brasília), o robusta subia US$ 141, para US$ 3.868/t no contrato setembro/2025, alta de US$ 145 para US$ 3.773/t no de novembro/2025, e ganho de US$ 122 para US$ 3.678/t no de janeiro/2026.

No mesmo horário, o arábica também apresentava ganhos consistentes: alta de 420 pontos no contrato setembro/2025 (319,35 cents/lbp), avanço de 415 pontos no dezembro/2025 (312,45 cents/lbp) e ganho de 375 pontos no março/2026 (302,20 cents/lbp).

Exportações brasileiras seguem firmes

Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) referentes a julho de 2025 mostram que o arábica liderou as vendas externas, com 17,94 milhões de sacas exportadas, representando 81% do total.

O café solúvel ocupou a segunda posição, com embarques de 2,229 milhões de sacas (10,1%), seguido pela espécie canéfora (conilon e robusta), com 1,949 milhão de sacas (8,8%). Já o setor industrial de café torrado e moído enviou 31.755 sacas (0,1%).

Colheita menor pressiona oferta

Segundo o Cepea, a colheita de arábica no Brasil está próxima do fim, mas com rendimento inferior ao esperado. Em regiões de Minas Gerais e parte de São Paulo, produtores relatam a necessidade de até 12 “saquinhos” para compor uma saca beneficiada de 60 kg, contra a média de 7 a 8 saquinhos.

O Itaú BBA avalia que, diante da oferta global apertada de arábica, os preços não devem sofrer forte pressão de queda. No entanto, o ambiente internacional instável tende a manter a volatilidade elevada, exigindo cautela, especialmente de produtores que ainda mantêm alto percentual da safra sem comercializar.

Fonte: Portal do Agronegócio

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