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Alta em Nova York impulsiona preços do café no Brasil e anima produtores

Cotações do arábica sobem mais de 3% na Bolsa de Nova York, refletindo preocupações com o clima, incertezas sobre a safra brasileira e retração nas exportações


Publicado em: 13/10/2025 às 11:00hs

Alta em Nova York impulsiona preços do café no Brasil e anima produtores
Mercado físico brasileiro deve abrir a semana em alta

O mercado físico de café no Brasil inicia a semana com expectativa de valorização, acompanhando o avanço das cotações na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O movimento positivo no exterior deve estimular produtores a aproveitarem o bom momento para realizar novas negociações.

Na sexta-feira (10), os preços internos permaneceram estáveis, influenciados pela volatilidade das bolsas internacionais. As quedas do arábica em Nova York e do robusta em Londres foram compensadas pela alta do dólar, o que limitou as variações no mercado nacional.

No Sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação foi negociado entre R$ 2.240,00 e R$ 2.250,00 por saca. No Cerrado Mineiro, o arábica bebida dura com 15% de catação ficou entre R$ 2.250,00 e R$ 2.260,00. Já o café arábica tipo “rio” (bebida dura tipo 7), na Zona da Mata mineira, manteve o preço entre R$ 1.580,00 e R$ 1.590,00 por saca.

No Espírito Santo, o conilon tipo 7 foi cotado entre R$ 1.395,00 e R$ 1.405,00, enquanto o tipo 7/8 variou de R$ 1.390,00 a R$ 1.400,00, ambos estáveis.

Arábica sobe mais de 3% em Nova York

Na manhã desta segunda-feira (13), os contratos futuros do café arábica registraram fortes ganhos superiores a 3%, impulsionados pelas preocupações com o clima e pela incerteza em relação ao tamanho da safra brasileira 2025/26 e ao potencial produtivo da próxima colheita 2026/27.

Segundo o analista de mercado da Archer Consulting, Marcelo Moreira, as chuvas voltaram às principais regiões cafeeiras do Brasil, mas ainda em volumes abaixo do ideal. Mesmo assim, são consideradas fundamentais para o pegamento das floradas e o desenvolvimento das lavouras.

“O mercado segue atento também ao início das colheitas na América Central e na Colômbia, além do Vietnã. No curto prazo, a oferta global pode ficar ajustada, com risco de uma entressafra apertada entre março e maio de 2026”, destacou o analista.

Exportações em queda pressionam o mercado

Outro fator que sustenta as cotações é a queda nas exportações brasileiras de café. Segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os embarques recuaram 18,4% em setembro de 2025, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, refletindo menor disponibilidade de produto e gargalos logísticos.

Detalhes das cotações internacionais

Por volta das 9h30 (horário de Brasília), o contrato dezembro/2025 do café arábica era negociado a 384,40 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1.135 pontos. Já o vencimento março/2026 avançava para 366,40 centavos, enquanto maio/2026 subia para 354,00 centavos de dólar por libra-peso.

O robusta também acompanhava o movimento de alta: o contrato novembro/2025 era cotado a US$ 4.573 por tonelada, avanço de US$ 93; o janeiro/2026, a US$ 4.479 (+US$ 88); e o março/2026, a US$ 4.409 (+US$ 76).

Estoques certificados em queda

Os estoques certificados nos armazéns credenciados da ICE Futures, na posição de 10 de outubro de 2025, totalizaram 509.383 sacas de 60 kg, registrando uma queda de 10.151 sacas em relação ao dia anterior — sinalizando um possível aperto na oferta física do produto no mercado internacional.

Câmbio e indicadores financeiros globais

O dólar comercial operava em leve queda de 0,35%, cotado a R$ 5,4842, enquanto o Dollar Index subia 0,27%, a 99,254 pontos.

Nos mercados internacionais, as principais bolsas da Ásia encerraram em baixa, com destaque para a China (-0,19%), enquanto o Japão não operou devido a feriado. Na Europa, o cenário era misto: Paris (+0,19%), Frankfurt (+0,31%) e Londres (-0,09%).

O petróleo tipo WTI para novembro subia 0,84%, cotado a US$ 59,40 o barril, refletindo o otimismo dos investidores com a demanda global.

Fonte: Portal do Agronegócio

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