Publicado em: 27/10/2025 às 19:20hs
As exportações dos Cafés do Brasil somaram 3,75 milhões de sacas de 60 kg em setembro de 2025, registrando queda de 18,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram embarcadas 4,6 milhões de sacas.
Apesar da retração no volume, a receita cambial avançou 11,1%, atingindo US$ 1,37 bilhão, reflexo da valorização dos preços internacionais e do câmbio favorável.
Os dados constam do Relatório Mensal de Setembro de 2025, divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e estão disponíveis no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
A espécie Coffea arabica manteve a liderança absoluta nas exportações, com 2,96 milhões de sacas, o equivalente a 79% do volume total embarcado.
O Coffea canephora (conilon e robusta) respondeu por 13%, com 489,6 mil sacas exportadas.
Já o café solúvel teve 8% de participação, totalizando 290 mil sacas equivalentes.
A Alemanha ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o principal destino do café brasileiro em setembro de 2025, com 654,6 mil sacas importadas, o que representa 17,5% do total.
A mudança é resultado direto do tarifaço de 50% imposto pelos EUA sobre o café brasileiro, medida que provocou retração de 52,8% nas compras americanas em relação a setembro de 2024.
Com isso, os Estados Unidos caíram para a terceira posição, com 332,8 mil sacas importadas (8,9%), enquanto a Itália ocupou o segundo lugar, com 334,6 mil sacas (8,9%).
O relatório do Cecafé também lista os dez principais destinos das exportações brasileiras de café no mês:
A entrada da Colômbia no ranking chama atenção, já que o país é o segundo maior produtor mundial de café arábica e, tradicionalmente, exportador, não importador do produto brasileiro.
Entre janeiro e setembro de 2025, os cafés diferenciados — que possuem qualidade superior ou certificação por práticas sustentáveis — mantiveram desempenho sólido.
Esses cafés representaram 20,3% das exportações totais do Brasil, com 5,91 milhões de sacas e receita de US$ 2,51 bilhões.
Os Estados Unidos seguem como o principal destino desse segmento, com 987,5 mil sacas, seguidos pela Alemanha (825,6 mil sacas) e Bélgica (667,8 mil sacas).
Apesar da valorização da receita, o setor cafeeiro brasileiro enfrenta desafios no mercado internacional, especialmente relacionados à política comercial norte-americana e à competitividade global.
A diversificação de mercados e o fortalecimento da imagem dos cafés diferenciados são vistos como caminhos estratégicos para manter a rentabilidade e ampliar a presença brasileira no exterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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