Publicado em: 26/11/2021 às 09:40hs
Hoje o trabalho é desenvolvido junto com os filhos e netos. Dona Maria lembra que esta sucessão familiar na propriedade vem de várias décadas. Sentada em frente de casa, ela conta dos tempos quando era bem jovem e já ajudava o pai na lida da fazenda.
“Eu buscava as vacas para o meu pai, de madrugada. Enquanto ele fazia café, eu ia buscar as vacas para tirar leite. Eu tinha medo de ir sozinha, porque era longe. Ia com a luz de querosene buscar as vacas no escuro. Desde cedo trabalhava na enxada, capinava arroz”, relembra.
Atualmente, a criação do gado leiteiro não existe mais. Além do café, a família também cultiva pequenas lavouras de outros produtos “Aqui a gente plantava mandioca, batata. Agora é quase só café. Tem feijão e também plantamos um pouquinho de milho”, conta dona Maria Isolina.
A produção de café da fazenda Mato da Onça é de 300 sacas por ano, vendidas para cooperativas da região. Recentemente, a família começou também a produzir cafés especiais. O resultado já apareceu, com a vitória no 4º Concurso de Cafés Especiais da Cooperativa dos Produtores de Café Especial dos Martins (Coopercafem). A inscrição da amostra foi feita pela neta da dona Maria, Renata de Souza, em 2017.
Maicon de Souza, de 25 anos, é o neto mais novo da dona Maria Isolina que trabalha com a produção de café na propriedade. Ele conta que são oito pessoas da família trabalhando na lavoura. “Meu bisavô foi o primeiro a começar a mexer com o café. Depois passou para minha vó e meu pai também foi seguindo os passos. Hoje eu e minha irmã estamos acompanhando eles, e trabalhando na lavoura. Então tem a minha avó, tem pai, mãe, tio, irmãos, genro, esposa”, comenta.
O produtor afirma que a avó ainda faz questão de trabalhar com o café. “O serviço de mexer o café no terreiro para secar é ela que gosta de fazer”, diz.
A Emater-MG faz parte da história da família da dona Maria Isolina. Faz aproximadamente 30 anos que os técnicos da empresa em Varginha prestam assistência na propriedade. “A Emater-MG é como se fosse um braço direito nosso. Estão sempre prontos a nos ajudar. É muito gratificante ter a empresa nos acompanhando na lavoura”, afirma Maicon de Souza.
Além dos trabalhos na lavoura, foi na fazenda Mato da Onça que a Emater-MG construiu o primeiro tanque de evapotranspiração na zona rural do município. Conhecido como Tevap, ele é um sistema ecológico de tratamento de esgoto doméstico para evitar a contaminação de nascentes, córregos, rios e lençol freático.
A técnica da Bem-Estar Social da Emater-MG no município, Adalise Vieira da Silveira, diz que não é só a família que se beneficia do convívio com a dona Maria Isolina. Ela comenta sobre a primeira vez que teve contato com a cafeicultora. “Enquanto ela passava seus conhecimentos a todos presentes, entendi na prática o real significado da sucessão familiar no campo. Em todas as visitas da Emater à propriedade, muito conhecimento foi passado para dona Maria e sua família. Mas os extensionistas também aprendiam muito com ela, em todas as visitas. Uma troca incrível. Ela é um exemplo de força, sabedoria e de muito sucesso em transmitir o seu conhecimento sobre o campo a suas várias gerações familiares”, comenta a técnica.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Emater-MG
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