Publicado em: 23/09/2025 às 10:20hs
O mercado brasileiro de bioinsumos entra em uma fase de reorganização e amadurecimento após um ciclo de expansão expressivo. Em 2023, o setor movimentou mais de US$ 800 milhões, registrando crescimento tanto na área tratada quanto no número de produtos homologados. Segundo Felipe Sulzbach, responsável pelas operações da Elicit Plant Brasil, sinais de pressão sobre margens, comoditização de ativos e desafios regulatórios indicam que a atividade se torna mais competitiva e exigente.
Para Sulzbach, o crescimento acima da média global evidencia o papel de destaque do país na agricultura sustentável. “Os produtores buscam soluções que regeneram o solo, reduzem a dependência de químicos e aumentam a resiliência das lavouras. Isso não apenas eleva a produtividade, como também fortalece a reputação internacional do Brasil como líder em práticas agrícolas sustentáveis”, afirma o executivo.
A entrada de novas empresas e tecnologias ampliou a diversidade de bioinsumos disponíveis, mas também intensificou a concorrência. “Muitos produtos são similares, com poucos ativos diferenciados. Isso gera disputa intensa por preço e eficiência operacional. No entanto, empresas inovadoras já investem em tecnologias de terceira geração, como fitoesteróis, RNAi e inteligência artificial, elevando o padrão técnico do setor”, explica Sulzbach.
O mercado brasileiro de bioinsumos está migrando da fase de expansão inicial para um período de consolidação. Grandes distribuidores enfrentam dificuldades diante da queda de margens, enquanto cooperativas aumentam sua participação. “Nos últimos dois anos, percebeu-se que não basta crescer: é preciso entregar valor real ao produtor”, ressalta o executivo.
O país desponta como protagonista global até 2030, impulsionado por escala de produção, demanda crescente e base tecnológica robusta. A nova legislação de bioinsumos promete ampliar a segurança jurídica e atrair investimentos, mas desafios permanecem. Entre os principais obstáculos estão a regulação em construção, o controle de qualidade e a dependência de insumos importados. Segundo Sulzbach, “para avançar, será fundamental a coordenação entre indústria, governo, academia e produtores”.
Apesar dos desafios, o setor de bioinsumos no Brasil mantém perspectivas otimistas. “Estamos no caminho certo, mas ainda há muito a fazer em termos de inovação, profissionalização e consolidação de um ecossistema sólido”, conclui Felipe Sulzbach.
Fonte: Portal do Agronegócio
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