Biológicos e Bioinsumos

Agricultura sustentável: sequestro de carbono e uso de bioinsumos fortalecem competitividade no campo

Sustentabilidade como estratégia para o agronegócio


Publicado em: 26/09/2025 às 09:30hs

Agricultura sustentável: sequestro de carbono e uso de bioinsumos fortalecem competitividade no campo

A sustentabilidade deixou de ser apenas um diferencial competitivo e tornou-se condição essencial para o futuro da agricultura. Além de atender às exigências de mercado e da sociedade, práticas sustentáveis garantem maior eficiência produtiva, preservam o meio ambiente e valorizam toda a cadeia do agronegócio. Nesse cenário, o sequestro de carbono surge como ferramenta central no combate às mudanças climáticas, promovendo melhorias no solo e benefícios econômicos para os produtores.

Compromisso que começa antes da porteira

A adoção de práticas sustentáveis não deve ocorrer apenas “dentro da porteira”. O processo precisa começar na agroindústria, com a seleção de matérias-primas renováveis e de baixo impacto ambiental para a fabricação de insumos. Essa visão integrada, que acompanha toda a cadeia produtiva — do insumo ao produto final — é determinante para uma agricultura mais responsável e alinhada às metas globais de redução de emissões.

Biofertilizantes como aliados da sustentabilidade

Um exemplo vem da Superbac, empresa pioneira em biotecnologia agrícola. Segundo a engenheira agrônoma Letícia Cunha, responsável pelo desenvolvimento de negócios da companhia na região Sul, a produção de biofertilizantes da empresa emite menos gases de efeito estufa em comparação a fertilizantes convencionais. Além disso, quando o produtor adota soluções biotecnológicas de base orgânica, ocorre um aumento da atividade microbiana no solo, favorecendo o sequestro de carbono e a absorção de nutrientes pelas plantas.

Supergan: inovação em fertilizantes biotecnológicos

Entre os destaques está o Supergan, fertilizante biotecnológico que combina nutrientes com o Smartgran — condicionador de solo enriquecido com bactérias inteligentes, tecnologia registrada no Ministério da Agricultura (Mapa). Esse produto promove:

  • solubilização de fósforo;
  • produção de fitormônios e ácidos orgânicos;
  • maior resistência contra patógenos;
  • estímulo ao crescimento vegetal;
  • captura de gases de efeito estufa (GEE).

De acordo com Cunha, “nossos fertilizantes trabalham com um blend de bactérias do gênero Bacillus, que melhoram a qualidade biológica do solo e apoiam práticas agrícolas mais sustentáveis”.

Crédito de carbono: renda extra para o produtor

Outro benefício da adoção de práticas sustentáveis é a possibilidade de gerar créditos de carbono. Cada crédito equivale à redução ou remoção de uma tonelada de CO₂ da atmosfera. Na agricultura, isso pode ser obtido com o uso de fertilizantes biológicos, plantio direto, reflorestamento, recuperação de pastagens degradadas e sistemas integrados de produção (ILPF).

Esses créditos podem ser comercializados em mercados voluntários ou regulados, garantindo renda adicional para os produtores. “Grandes empresas buscam compensar suas emissões adquirindo créditos de carbono. O agronegócio pode ser um dos grandes fornecedores, desde que o produtor formalize sua documentação e permita o monitoramento da captura de carbono no solo e na vegetação”, explica a especialista da Superbac.

Expansão para diferentes cultivos

Embora já consolidado no setor sucroenergético, o crédito de carbono começa a ganhar espaço em outras cadeias produtivas, como soja, milho, café, mandioca e eucalipto. Para Letícia Cunha, a busca por alternativas sustentáveis cresceu após crises globais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, que evidenciaram a dependência mundial de fertilizantes químicos.

“Ao adotar fertilizantes biotecnológicos, o produtor não só fortalece o sequestro de carbono, mas também nutre melhor as plantas e aumenta a eficiência no uso dos recursos naturais. Isso permite unir produtividade e sustentabilidade”, afirma.

Sequestro de carbono: ferramenta essencial para o futuro

O sequestro de carbono no campo é uma das estratégias mais promissoras para reduzir os efeitos das mudanças climáticas, melhorar a qualidade do solo e ampliar a resiliência dos sistemas produtivos. Para os produtores, representa também uma oportunidade econômica ao unir ganhos ambientais com retorno financeiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

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