Aveia, Trigo e Cevada

Variáveis voláteis dificultam ponto de equilíbrio dos preços do trigo no Brasil

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, a dificuldade de encontrar um ponto de equilíbrio deve-se à volatilidade verificada nas variáveis formadoras de preços


Publicado em: 24/01/2022 às 11:30hs

Variáveis voláteis dificultam ponto de equilíbrio dos preços do trigo no Brasil

O mercado brasileiro de trigo segue com reportes pontuais de negócios e preços apresentando heterogeneidade dependendo da necessidade dos agentes, do prazo de pagamento, do local de retirada e da qualidade do produto. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, a dificuldade de encontrar um ponto de equilíbrio deve-se à volatilidade verificada nas variáveis formadoras de preços.

“Por um lado, devido às incertezas climáticas nos EUA e à tensão na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, os preços internacionais recuperaram parte das recentes perdas. Por outro, o dólar comercial, que iniciou o ano em R$ 5,70, se aproxima de R$ 5,40. Além disso, os preços na Argentina perderam força, resultado da pressão do ingresso de uma safra recorde. O resultado disso é que a paridade de importação despencou”, analisou.

A indicação de trigo argentino CIF moinhos da grande Curitiba/PR era de R$ 1.920/tonelada no primeiro dia útil de 2022. Nesta quinta-feira fechou em R$ 1.811/tonelada (queda de R$ 109/tonelada). Ao preço atual, no FOB interior do estado a paridade ficaria entre R$ 1.730 e R$ 1.750 a tonelada.

O analista destaca o reporte de 17 mil toneladas na última terça-feira (18) a R$ 1.800/t no FOB Ponta Grossa. “Diante da atual situação de formação de preço, esse patamar parece muito próximo de um teto para as cotações no interior do Paraná”, observou.

Argentina

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgou, na última terça-feira, documento com os números consolidados da safra de trigo 2021/22. Conforme o informe, a Argentina produziu 21,8 milhões de toneladas, um volume recorde. O anterior foi registrado em 18/19, com 19 milhões de toneladas. O ministério da agricultura do país projetou, nesta semana, 22,1 milhões de toneladas.

Conforme a Bolsa, assim como a produção, as exportações da Argentina também devem ser recorde, projetadas em 13,3 milhões de toneladas. O maior nível desde 2001/02 foi registrado em 16/17, com 12,8 milhões de toneladas fornecidas a mercados externos. O Brasil é o principal comprador do produto Argentino. A comercialização da safra já chega a 63%. Restam 8,15 milhões de toneladas de 21/22 para serem negociadas.

Fonte: Agência SAFRAS

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